AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O CORSO

Ao que prevê a meteorologia, o tempo para amanhã não será o ideal para o Corso. No entanto, acredito eu, o Corso realiza-se. Não pode haver Carnaval sem o Corso, mesmo que à chuva. As figuras do Corso são gente habituada a todos os climas.
O Corso tem andado em preparação de há muito e nos últimos dias parece ter atingido o auge da capacidade de animação das gentes que, com ou sem tolerância, não toleram não ver o Corso.
Os personagens e intervenientes no Corso são de uma variedade e riqueza que deixarão a concorrência internacional roída de inveja.
Podem encontrar malabaristas com números que fazem com que estes digam tudo o querem ouvir. Temos ilusionistas que mostram realidade e truques que nos fazem duvidar dos nossos olhos. Temos pantomineiros que contam histórias e lengalengas que nos fazem rir ou chorar conforme a natureza. Temos vendedores de banha da cobra que todos os problemas prometem resolver.
Temos gigantes que se acham omnipotentes e têm pés de barro e figuras pequeninas que usam andas para se tornar visíveis. Temos inquisidores justiceiros e virgens ofendidas na sua falsa virtude.
Também entram os mascarados com a autoridade que não têm e os fingidores de um saber que não possuem. Não faltam oráculos, adivinhadores do futuro e profetas da desgraça.
No meio do Corso não faltam bobos que ainda mais animação tentam promover. Enfim, com ou sem Sol siga o Corso.
Entretanto, o povo que assiste já sente as mãos a doer.
Não, não é de aplaudir, é de as apertar. De inquietação.

Nota - Registo de interesses já aqui estabelecido, não gosto do Carnaval.

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