Um dos efeitos das “políticas de
família” realizadas nos últimos tempos será o que podemos chamar “reaproximação
geracional”. De facto, em muitas famílias o convívio entre gerações aumentou
extraordinariamente, aliás, em muitos casos, já existem três gerações a
coabitar.
A crise profunda no emprego, com
milhares e milhares de desempregados, tem levado a que pais e sogros sejam para muitas famílias autênticos “anjos da guarda”.
Apesar das suas próprias
dificuldades e cortes nos rendimentos de pensões e reformas, os avós têm sido
um porto de abrigo dando apoio económico, ajudando na alimentação, na
disponibilização de habitação e na guarda dos netos minimizando o recurso às
respostas institucionais. Percebe-se, assim, melhor o alcance das "políticas de família"
Recordo que um estudo recente, “A
prestação de cuidados pelos avós na Europa”, em que se analisam as políticas
familiares e a sua influência no papel dos avós na prestação de cuidados às
crianças envolvendo a Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia,
Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Suíça, Portugal, Espanha Itália e Roménia,
conclui que as mães portuguesas com filhos até aos seis anos são as quem mais
trabalham a tempo inteiro, sendo também Portugal um dos países estudados em que
os avós mais cuidam dos netos.
Curiosamente, no âmbito das
mesmas “políticas de família” os mais velhos, a “peste grisalha” como
indecorosamente lhes chamaram acabam, também apontados com “consumidores
excessivos de recursos” acabam por ser, ironicamente, o grande suporte de muitas
famílias cuja situação sem esta ajuda seria ainda mais devastadora.
Mesmo sem emigrarem, os pais (avós) estão longe, às vezes um longe que é quase perto mas que não dá para ajudar a não ser nas férias e já não é nada mau.
ResponderEliminarOutras vezes estão perto ... mas longe
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