Era, é, reconhecido por toda a
gente a necessidade de modernização do parque escolar, em algumas situações
inaceitavelmente degradado, pelo que o processo desencadeado sob a
responsabilidade da Parque Escolar merecia concordância, independentemente da
agenda político-partidária que gere os discursos das lideranças políticas.
A verificada derrapagem nas
contas de muitas das obras relacionadas, que se não estranha em Portugal, têm
sido apenas e lamentavelmente a "rotina" das obras geridas por
capitais públicos. No caso particular da recuperação e modernização de edifícios
escolares, a avaliação do que foi realizado foi mostrando algo que muitas
pessoas que conhecem as escolas tinham como claro, o desajustamento de algumas
soluções técnicas, o novo-riquismo saloio de alguns equipamentos e materiais, o
custo exorbitante de manutenção que as soluções adoptadas implicam, etc.
Estas opções, a “Festa” como lhe
chamou Maria de Lourdes Rodrigues, e a política contabilística da actual equipa
da 5 de Outubro comprometeram o desenvolvimento do programa com consequências
muito negativas em várias escolas que ainda continuam em eternas obras com milhares de alunos com aulas em
contentores e em edifícios sem qualidade mínima.
Sublinho que a recuperação do
parque escolar e o equipamento moderno das escolas era, é, uma exigência no
sentido de dotar alunos, professores e funcionários de condições de trabalho
que sustentem a qualidade que todos desejamos, não é um privilégio que se
concede à comunidade escolar.
No entanto e como sempre, esse é
o meu ponto, para além dos recursos e equipamentos que por direito dos miúdos
devem estar disponibilizados em cada momento com a melhor qualidade possível,
no fim temos as pessoas. E de facto, a escola, mais do que equipamentos e meios
que se desejam de qualidade, é feita pelas pessoas, todas as pessoas, que na
sua função específica lhe dão sentido e qualidade e os últimos tempos têm sido
particularmente gravosos para uma parte das pessoas da escola, os professores,
maltratados de forma inaceitável por várias medidas da política educativa dos
últimos anos.
A questão é que a actual PEC –
Política Educativa em Curso, para além de ter deixado de apostar nos edifícios também
não aposta nas pessoas e na qualidade do seu trabalho, corta custos de forma
cega e está cada vez mais claramente assente numa agenda de desinvestimento na
escola pública.
Essa é que é a questão e está para
lá da melhor ou pior qualidade dos edifícios escolares.
ResponderEliminarA Escola ao Lado do Macdonald's de Corroios (Não sei o Nome) está em Obras aos anos.
Trata-se da João de Barros, apenas uma das várias em que isso acontece.
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