Boa parte das escolas cessa
actividades durante a manhã de quatro dias para a realização de exames a meio
do período, algo de bizarro. Claro que tal situação afecta alunos de outros
anos de escolaridade que ficam sem aulas, alunos com necessidades educativas
especiais sem apoios educativos e as famílias com um problema de guarda dos
filhos. Nada de estranho, evidentemente.
Como é óbvio os professores
classificadores precisam de tempo para classificar os exames e esse tempo não é,
naturalmente, compatível com a acumulação com aulas. Mais uma vez, esta situação
decorre da realização dos exames a meio do período resultante da relação mágica
de Nuno Crato com os exames criando um cenário delirante se não fosse prejudicial para
milhares de alunos. Primeiro, os alunos não têm aulas porque outros alunos estão a
fazer exames e depois continuam sem aulas porque os professores estão a corrigir
exames. É demais.
Assim, mais uma vez se evidencia
a desvalorização das aulas e do papel e função dos professores por parte do
MEC.
Os alunos não precisam de aulas,
não precisam de professores para lhes dar aulas, precisam de exames, muitos exames,
para que haja a certeza de que com rigor e competência se escolham, de facto,
os melhores.
Os outros, bom, os outros são como
as eleições, ou seja, que se lixem os outros.
Com a superior orientação do MEC haverá sempre um Alunão por perto. Como já vos disse, um Alunão é uma espécie de contentor para onde se empurram os alunos que não prestam, os que são para reciclar, tal como Pilhão ou o Vidrão.
Inenarrável.
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