AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 20 de abril de 2015

O ACORDO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO. Será que não para (pára, para quem ainda escreve em português e não em acordês)

A propósito da realização há alguns dias na Faculdade de Letras da Universidade Lisboa de um Fórum em que foi aprovada uma moção no sentido de referendar o Acordo Ortográfico de 1990 o Público traz de novo para a agenda este atentado à língua portuguesa dedicando-lhe também o espaço "editorial".
Também há poucos dias aqui me referi a tal desmando mas enquanto for tempo de o evitar importa que não nos resignemos. Não vou repetir os motivos pelos quais, do meu ponto de vista de leigo nestas matérias, o Acordo deveria ser repensado.
É também verdade que as explicações que os defensores, especialistas ou não, adiantam não me convencem da sua bondade, antes pelo contrário, acentuam a ideia de que esta iniciava não defende a Língua Portuguesa. O seu grande defensor Malaca Casteleiro refere até "incongruências" o que me parece curioso, desencadeamos um acordo com esta amplitude e implicações para manter "incongruências e imperfeições". que transformam a ortografia da Língua Portuguesa numa mixórdia. 
Entendo, evidentemente, que as línguas são estruturas vivas, em mutação, pelo que requerem ajustamentos, por exemplo, a introdução de palavras novas ou mudanças na grafia de outras, o que não me parece sustentação suficiente para o que o Acordo Ortográfico estabelece como norma .
Por outro lado, a grande razão, a afirmação da língua portuguesa no mundo, também não me convence pois não me parece que o inglês e o castelhano/espanhol que têm algumas diferenças ortográficas nos diferentes países em que são língua oficial, experimentem particulares dificuldades na sua afirmação, seja lá isso o que for. De facto, não tenho conhecimento de alguma perturbação ou drama com origem nas diferenças entre o inglês escrito e falado na Inglaterra ou nos Estados Unidos, mas isto dever-se-á, certamente, a ignorância minha e à pequenez irrelevante daquelas comunidades anglófonas. O mesmo se passa entre a comunidade dos países com o castelhano/espanhol como língua oficial.
E, por agora, páro (deveria escrever paro) por aqui e vou continuando a escrever desacordadamente.

2 comentários:

  1. "Paro" não tem acento, apenas "pára" para distinguir de "para".

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  2. Obrigado. Mais uma boa razão para continuar a escrever desacordadamente. Ainda assim, paro deveria levar acento para se distinguir de parolice, por exemplo.

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