AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sábado, 21 de março de 2015

OS PROFESSORES, ESSA MALANDRAGEM A QUEM ENTREGAMOS OS NOSSOS FILHOS

O texto de Paulo Guinote no Público que me parece pertinente e oportuno sugere umas notas telegráficas.
Nos últimos anos tem sido muito evidente um discurso social e político que através de uma informação avulsa e por vezes cirurgicamente trabalhada ou divulgada procura desvalorizar e questionar a imagem social e profissional  dos professores. 
Estes enunciados de ataque, culpabilização e ou desvalorização da classe docente incluem boa parte dos discursos e também das decisões políticas do MEC, algum do discurso produzido pelos próprios representantes dos professores, o discurso que muitos opinadores profissionais, mais ou menos ignorantes, produzem sobre os professores e a escola, e vindos de uma imprensa mal preparada na abordagem a muitas matérias e com agendas que nem sempre são claras, tem efeitos muito significativos, fragilizando seriamente a imagem dos docentes aos olhos da comunidade educativa, designadamente de alunos e pais.
Esta desvalorização é um sério contributo para muitos dos problemas, designadamente ao nível da autoridade percebida nos professores, que afectam o nosso sistema educativo.
Devo, no entanto, reconhecer que "bater" nos professores, essa "malandragem" a quem entregamos os nossos filhos, resulta sempre, vende bem. 

Mas faz mal.

3 comentários:

  1. Talvez entenda minha fala como eco dessa tentativa de desvalorização, mas não.
    Os professores, em grande parte, não o são. Não se sentem profissionais das suas áreas de formação, não se comportam como historiadores, geógrafos, matemáticos, letrados, químicos, físicos... Suas atuações em sala de aula e fora dela é a de um servidor público infeliz com o que faz e fazendo mal feito. Vício, pode ser, da própria formação que separa quem ensina de quem aprende, mas não somente da formação, também da escolha ou falta de escolha da carreira que se quer seguir conquistando. O servidor público não precisa, a princípio, conquistar nada, está garantido no seu trabalho. Portanto o que deveria ser um motivo de tranquilidade, se transforma num problema seríssimo de descuido e irresponsabilidade social com o que se faz. A minha atuação nesse meio é ainda imatura, mas tenho me assustado e me preocupado muito com o que vejo professores fazendo ou deixando de fazer. Não é uma questão de culpá-los, mas de exigir deles, de nós, que sejamos responsáveis pela nossa própria atuação, deixando de colocar toda a culpa no Estado, nos alunos, nas sociedade, que tem lá sua parcela de participação nos equívocos cometidos até aqui. Porque todos nós, professores ou não somos sim responsáveis pela tragédia da educação atual, pública ou privada, ou melhor deseducação. Temos também que avaliar criticamente nossa atuação e corrigir o que nos cabe. Aprender a lutar junto, por interesses comuns. Podemos começar sentido um pouco de orgulho pela profissão que escolhemos ou que nos escolheu. E mostrar competência na sua execução, que pode mudar para mal ou para bem a vida das pessoas e, consequentemente, a sociedade.

    Golda Meir

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  2. Sim, mas continua a ser importante a natureza dos discursos sociais sobre os professores.

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  3. não sei quem sou...22 de março de 2015 às 16:59

    laceê

    Subscrevo inteiramente o seu discurso. É o espelho da realidade.
    Seria excelente que maioria dos professores olhassem para a docência dessa forma.

    Os outros discursos, os chamados sociais, são Corporativistas ou lobistas feitos com os olhos fechados para a realidade. Não é calando os problemas que eles se resolvem.


    VIVA!


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