AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

UMA HISTÓRIA FEIA

Os tempos não vão fáceis, antes pelo contrário, as dificuldades são enormes e, nas mais das vezes, transcendem a nossa capacidade individual de as prevenir ou remediar. No entanto, estes tempos ainda ficam mais pesados quando nós, ou alguns de nós, por comportamentos ou discursos ainda os tornamos mais difíceis, mais feios, acho eu. Atentem nesta história que um dia destes entrou cá em casa.
Uma senhora das nossas relações, Mãe de um jovem adulto com uma severa deficiência motora e mental que se desloca exclusivamente em cadeira de rodas e sem autonomia, depois de realizadas as compras no supermercado, chegou com o filho à zona das caixas e colocou-se na fila da caixa com prioridade. Uma senhora diz-lhe “então a aproveitar-se” e continua depois do ar perplexo da Mãe “aproveita-se da situação para se safar”. A Mãe, embaraçada, ainda tentou explicar que a situação do filho na cadeira de rodas e mais as compras era complicada mas ouviu, “ele está melhor que eu, está sentado”. A Mãe fugiu dali para não bater na senhora.
Que se passa na cabeça das pessoas que as torna tão feias? É da crise económica? É da crise dos valores? Como pode uma pessoa estar tão doente ou ser tão infeliz que precisa de cobrar alguma coisa a uma Mãe naquela situação? Têm alguma ideia?

3 comentários:

  1. Por cá, continua-se a pensar mais em direitos do que em deveres. Somos um povo que não se deixa governar e muito dificilmente coopera. Maioritariamente somos cobardes e muitos gostam de se mostrar perante os mais vulneráveis.

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  2. Cada um fala por si. A cultura do nosso povo é feita por nós próprios.


    VIVA!

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