"Erros de professores nas provas são parecidos com os dos alunos"
Ainda umas notas sobre um dos
temas da agenda, "os erros dos professores" na PACC que colocou toda a classe docente sob fogo de diferentes direcções e atiradores.
Numa primeira nota, creio que
para analisar com maior profundidade seria necessário um estudo mais fino aos
erros cometidos e às características dos respondentes.
Incluo-me no grupo que não fica
particularmente surpreendido com esta situação que, evidentemente, me parece merecedora de atenção. De há algumas décadas para cá, provavelmente,
acompanhando o ciclo de vida da maioria dos docentes que se submeteram à
sinistra Prova verificaram-se algumas alterações na forma como desde o 1º ciclo
tem sido tratado o ensino da Língua Portuguesa, envolvendo a leitura e a
escrita, naturalmente.
Do meu ponto de vista, afirmo-o
com frequência, uma das questões contributivas para as dificuldades em matéria
de língua portuguesa com o tempo que ao longo dos anos lhe foi sendo dedicado.
Por outro lado, os estudos têm
mostrado hábitos de leitura e escrita insuficientes entre os alunos ao longo da
escolaridade, lêem e escrevem pouco, o que acentua as dificuldades que, mesmo
em processos de escolarização longos incluindo formação universitária, acabam
por não ser corrigidos de forma significativa em muitas situações.
De facto, independentemente das
questões relacionadas com as metodologias que foram sendo utilizadas pelos professores,
das suas opções e competências na didáctica da Língua portuguesa, certamente
passíveis de melhorar através de formação consistente, a grande questão e que parece
simples de enunciar será, os alunos, de uma forma geral, lêem e escrevem pouco.
Podemos aduzir uma série de
razões para que isto aconteça, questões que decorrem da concorrência da
actividade de leitura e escrita com outras actividades ou meios percebidas aos
olhos dos alunos como mais apelativas, poucos hábitos de leitura no ambiente
familiar, uma equívoco instalado há alguns anos nas concepções sobre práticas
pedagógicas que levou muitos professores a recorrerem pouco à actividade de
leitura individual e à escrita na sala de aula por parecer “conservador” ou
“pouco activo”, etc.
Mas mais do que as razões, e
todas contribuirão para a situação que temos, é importante, diria
imprescindível, que nos convencêssemos todos, professores, pais e outros
actores, que só se aprende a ler, lendo, só se aprende a escrever, escrevendo,
só se aprende a andar, andando, só se aprende a falar, falando, etc., etc.
Muito provavelmente, os erros
detectados nesta prova e cometidos por candidatos a professores encontrar-se-iam
se a Prova fosse realizada por outros grupos profissionais com as mesmas
características demográficas que, globalmente, o grupo que respondeu à Prova
terá.
Outros grupos profissionais não tem por missão ENSINAR!
ResponderEliminar"Para ensinar a escrever bem quem nunca escreveu bem é de premente necessidade saber escrever bem"
VIVA!