AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A QUEDA DE UM ANJO (enésimo episódio)

"Menina morre após queda de 10.º andar"

Desta vez na Amadora. Uma menina de 10 anos faleceu em consequência da queda de um 10º andar em circunstâncias ainda por esclarecer.
O povo costuma dizer que “ao menino e ao borracho, põe Deus a mão por baixo". Agora não aconteceu, a tragédia foi definitiva.  
Dada a regularidade destes episódios, algumas notas, de novo.
De acordo com a Associação para a Promoção da Segurança Infantil, dados de 2013, em dez anos, mais de 100 crianças morreram e 40 mil foram hospitalizadas devido a quedas, grande parte das quais em edifícios (varandas ou janelas) e quedas de escadas.
Também as piscinas continuam anualmente a ser palco de acidentes com enorme gravidade ou fatais.
Continuamos a ser um dos países europeus em que acontecem maior número de acidentes domésticos com crianças. Nas mais das vezes verifica-se alguma negligência ou excesso de confiança da nossa parte, adultos, na vigilância dos miúdos a que se junta a inexperiência e o à vontade próprios dos mais pequenos.
A dor e a culpa que alguém pode carregar depois de episódios desta natureza serão, creio, suficientemente fortes para que deixemos de lado o aspecto da culpabilização que aqui nada acrescenta.
O que me parece importante sublinhar é que num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção da criança estão sempre presentes, também se verifica um número altíssimo de acidentes, por vezes mortais, o que parece paradoxal. Por um lado, protegemos as crianças de forma e em circunstâncias que, do meu ponto de vista, me parecem excessivas e, por outro lado, em muitas situações adoptamos atitudes e comportamentos altamente negligentes e facilitadoras de acidentes que, frequentemente, têm consequências trágicas.
E não adianta pensar que só acontece aos outros.

1 comentário:

  1. De facto, nunca é demais alertar para estes perigos.
    Contudo, esta menina (que a notícia diz ter 12 anos) poderá ter sucumbido por outras razões não menos dramáticas, não?!
    Cliquei no link para ler a notícia toda, por me ter chamado a atenção o título do post, ou seja, a queda de uma menina de 10 anos, idade já pouco comum para quedas acidentais fruto da consciência do perigo que, apesar de tudo, estas crianças já têm, e reparei neste pormenor algo perturbador:
    "[...] momentos antes da ocorrência terá havido uma discussão familiar no interior da habitação".
    Que se terá passado afinal com a criança de 12 anos?! Terrível, o que quer que tenha sido!

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