AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

NO TEMPO DE COMPENSAÇÃO

"Pais e directores temem que atraso na colocação de professores provoque danos "irreparáveis""

Sem estranheza coube às escolas, professores, alunos e pais tentar apagar um fogo que a arrogância e incompetência do MEC na colocação de professores ateou e que, do meu ponto de vista, deixará marcas que a curto prazo dificilmente serão eliminadas, quando muito serão atenuadas como directores e pais estão a reconhecer. A compensação era, evidentemente uma tarefa imprescindível é difícil e complexa e não existia a forma perfeita de o fazer, apenas a possível, a menos má.
A grande preocupação dos dispositivos de compensação tem sido com os alunos atropelados pela incompetência do MEC que e frequentam anos ou disciplinas com exames nacionais.
Como o nosso ensino e educação se está de mansinho a transformar em aulas de preparação para exames entende-se a opção.
De resto … tudo bem. Para os alunos de anos sem exame e para as disciplinas não sujeitas a exame o tempo vai ajudar a recuperar.
Boa parte das escolas afectadas integram TEIPs, ou seja, a incompetência do MEC destratou escolas com características de maior fragilidade mas o tempo vai, certamente, ajudar a recuperar.
A organização e conteúdos curriculares, de natureza mais fechada e extensos, a que se junta um conjunto de metas curriculares que foram definidas de uma forma exaustiva e burocratizada torna bastante mais difícil a introdução de ajustamentos. Isto quer dizer que mais de um mês sem aulas implicou que muitos conteúdos programáticos deveriam ter sido abordados e o tempo que resta estará, sem grande margem, hipotecado pelos conteúdos que nesta altura deveriam estar a ser trabalhados. Mas desde que não sejam disciplinas ou anos com exame, tudo bem, o tempo vai ajudar a recuperar.
Também é sabido que muitas famílias afectadas têm estado a recorrer a explicações para atenuar à falta de aulas. Percebe-se obviamente a decisão, mas também é claro que esta situação alimenta assimetrias e a desigualdade de oportunidades, quando, para complicar, se atravessa um período de enormes dificuldades para as famílias. Mas o tempo vai ajudar a promover igualdade de oportunidades.
Uma palavra ainda para um grupo que também neste processo foi completamente atropelado e cuja situação é menos divulgada, a dos alunos com necessidades educativas especiais que, por falta de professores e de técnicos estiveram, estão(?) em casa ou "entregados" em escolas em condições que contrariam o que legalmente está definido ou mesmo juntos numa sala sem a realização do trabalho educativo que por necessidade é imprescindível e a que têm direito. Não levantam grande problema vão crescendo e encaminham-se para instituições em algumas muitas das quais realizam actividades que, só por si, são debilizantes e inibidoras de desenvolvimento e aquisição de competências para além de comprometer algo de inegociável a participação em contexto real das actividades reais dos seus companheiros de idade.
No que respeita ao MEC, exceptuando a figura menor que se demitiu por causa dos erros na fórmula de cálculo que ordenaria os professores, não aconteceu nada.
Aliás, como todos nos recordamos, o MEC decretou que o ano lectivo se iniciou com toda a normalidade.
Porque razão haveria de acontecer alguma coisa?

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