AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 23 de novembro de 2014

OS NOMES QUE NOS DÃO

Para fugir ao massacre das notícias que envolvem a detenção de José Sócrates, umas notas sobre algo completamente “alternativo” mas essencial para cada um de nós, o nome que temos.
Durante 2013 o nome que os portugueses colocaram aos seus filhos manteve a tendência que se vem registando. Nas raparigas continuamos um país de Marias e logo a seguir de Matildes. Com menos escolhas temos Leonor, Mariana e Carolina.
Nos rapazes continua a predominar o João e dois nomes em alta nos últimos tempos Rodrigo e Martim e vai caindo em desuso o portuguesíssimo José.
Devo dizer que fiquei um pouco inquieto, um mundo sem “Sónias Andreias”, sem “Cátias Vanessas”, sem “Sandras Cristinas”, sem “Tatianas”, sem “Fábios”, sem “Mauros” vai ser, certamente, um mundo diferente. Também em trabalhos anteriores sobre esta matéria se registava já a tentativa de sofisticar um pouco as escolhas, mantém-se o popular João, mas temos o Rodrigo, o Martim, o Tomás, a Mariana, a Matilde entre outras que nos garantem, enfim, outra apresentação.
Mas o que me deixou mais apreensivo face a esta questão, é que, recordando um trabalho também sobre esta matéria há algum tempo divulgado, parece notar-se que o povo está mesmo a voltar as costas aos nossos mais gloriosos nomes, sobretudo nos rapazes, nomes como Manuel, António, José, Paulo, Carlos, etc. estão em queda. Será que vamos deixar de ter um Carlos Jorge, um António Manuel, um Manuel Carlos, um José Manuel, um António João, um Paulo Jorge, tudo nomes na nossa melhor tradição?
Até nos nomes! Estão a mexer com a nossa identidade.
É certo que existem uns nomes que todos os dias, em voz mais alta ou mas baixa, chamamos a alguém e que se mantêm e manterão, aí a tradição ainda é o que era, felizmente.
Por outro lado, considerando os nomes que se chamam e de que as pessoas não gostam, uma  pequena história que há tempos aqui deixei.
"Gosto quando me chamam. Às vezes, muitas vezes, não me chamam.
Outras vezes chamam-me nomes que não são meus. Os crescidos chamam-me preguiçoso, distraído, parvo, bebé, coitadinho e outros nomes, sempre nomes que não são meus.
Os outros miúdos chamam-me badocha, gordo, bolacha, caixa de óculos, def e outros nomes, sempre nomes que não são meus.
Eu acho que as pessoas, todas as pessoas, só deviam ter um nome, o seu."

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