"Mais de 60% dos jovens de Lisboa que vão a
tribunal apresentam absentismo escolar"
Segundo um trabalho do Centro de Estudos Sociais da Universidade de
Coimbra mais de 60% dos jovens que são presentes a tribunal de menores na área de Lisboa evidenciam absentismo escolar e 76% dos jovens já tinha pelo menos uma retenção
escolar.
Estes dados não surpreendem. Como
muito vezes afirmo, o abandono escolar é quase sempre a primeira
etapa da exclusão social. Nesta perspectiva, o combate ao abandono e a promoção
do sucesso educativo deve, tem de, ser um eixo central na política educativa.
Também por estas razões, alguns
dos aspectos da PEC - Política Educativa em Curso são verdadeiramente
preocupantes, cortes nos recursos docentes inibindo apoios oportunos e
adequados que contrariem trajectórias de insucesso e abandono, número de alunos
por turma sobretudo em territórios educativos mais problematizados, falta de
técnicos, psicólogos, por exemplo, organização e conteúdos curriculares, etc.
A eficácia na tentativa de baixar
os níveis de abandono passa necessariamente pela disponibilização de apoios
oportunos e adequados logo que se evidenciam as primeiras dificuldades e pela
diversificação dos percursos de educação e formação, o que habitualmente se
designa por oferta educativa.
Deve sublinhar-se que têm sido
realizados progressos bastante significativos na diversificação desta oferta
embora, muitas vezes, as alternativas disponibilizadas sejam percebidas pelos
alunos e pelas famílias como “formação de segunda”. A política do MEC nesta
matéria alimenta esta percepção ao promover um ensino vocacional ou
profissional para o qual são verdadeiramente empurrados os alunos que
experimentam dificuldades.
Algumas escolas têm práticas que
alimentam também esta percepção, na medida em que canalizam preferencialmente
os “maus alunos” para formação “alternativa”.
Este movimento acaba por desencadear
atitudes negativas e reactivas favoráveis ao abandono e insucesso.
Na verdade o que é absolutamente
central é que os jovens ao sair do sistema se encontrem equipados com qualificação
profissional, quer ao nível do ensino secundário, quer ao nível do ensino
superior que com o trabalho no âmbito do ensino politécnico tem condições para
processos de qualificação mais curtos e mais diversificados.
"Se acham que a educação é cara, experimentem a ignorância..."
ResponderEliminarSem dúvida, Miguel. Num Ministro com formação em "contas" as opções deveriam ser claras. Lamentavelmente, são claras pelas razões erradas
ResponderEliminarIndependentemente das politicas e de concordar mais ou menos com elas como é possível que os alunos das turmas Pief continuam em casa a aguardar a autorização do Mec? Sim hoje dia 7 de novembro. Que país é este que coloca os seus proprios alunos em risco e em abandono?
ResponderEliminarSerá que os senhores por detras das secretarias têm noção do investimento que foi feito para trazer de novo estes jovens à escola? Que comprometem o seu futuro? Que continuam a negar-lhes por ventura a ultima oportunidade de serem alguém?
Não é à toa que para uma maioria sejam as turmas dos alunos .' menos bons.'
É "apenas" mais um exemplo
ResponderEliminar