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terça-feira, 28 de outubro de 2014

A NORMALIDADE DO MEC, A OCDE, OS PROFESSORES A MAIS E A DIMENSÃO DAS TURMAS

A meio do 1.º período, ainda há 128 horários completos por preencher nas escolas

Agora sim, entrámos em plena normalidade no funcionamento das escolas. No balanço ontem apresentado pelo MEC ficámos a saber que estão por preencher 128 horários completos, envolverão cerca de 2500 alunos, e 160 horários incompletos.
Verifica-se assim uma situação absolutamente "normal" com problemas residuais e irrelevantes considerando a globalidade do sistema. Um outro pormenor é o facto de esta normalíssima situação estar a acontecer a meio do primeiro período escolar, ou seja, um mês e meio depois do início das aulas.
Esta narrativa escrita por um MEC completamente à deriva com consequência dfificilmente objectiváveis tem acontecido no meio da mais absoluta irresponsabilidade.
No meio disto aida temos que levar com a OCDE a advogar turmas mais pequenas e cortes na educação, insistindo nos professores a mais, demonstrando um desconhecimento real dos contextos educativos portugueses pautando-se por indicadores administrativos que, aliás, também sustentam algumas das ideias de Nuno Crato. É evidente que uma escola de Singapura e uma escola de um TEIP não têm as mesmas características pelo que falar em abstracto do número de alunos por turma é disparate. 
Não é aceitável considerar apenas o número total de professores e o número de alunos estabelecendo um rácio pois o modelo de organização e funcionamento das escolas e agrupamentos atribui aos professores imensas funções não lectivas e, por outro lado, o número médio de alunos por turma é um indicador enganador na medida em que especificidades dos contextos impõem outro tipo de problemas. Sabemos ainda que escolas que servem territórios educativos mais complicados são, com frequência as que têm maior número de alunos por turma.
Enfim, continuamos a navegar num mar encapelado.

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