"Portugueses entre os europeus com mais medo de erros nos cuidados de saúde"
A este propósito, recordo que nos últimos 13 anos quintuplicou o número de queixas por
alegada negligência ou erro grave apresentadas contra médicos ou
outros profissionais de saúde.
É também relevante que em 2013, em 107 auditorias realizadas
aos centros de saúde e hospitais pela Ordem dos Médicos em parceria com a
Direcção-Geral da Saúde, para perceber a qualidade da aplicação das normas
clínicas definidas estavam a ser bem aplicadas, concluíram que as taxas de
incumprimento atingem 70%.
Estes dados não devem significar apenas, creio, tanto um
aumento dos erros mas também um aumento da decisão de apresentar queixa face ao
erro ou à suspeita de erro.
No que se refere ainda à prática clínica imposta considerar
que as actuais circunstâncias de funcionamento em muitos centros de saúde e
hospitais podem aumentar o risco de erros ou negligência.
Por outro lado, importa sublinhar que os tribunais
portugueses levam cerca de oito anos, em média, a decidir casos de "erros
médicos", sendo que estes podem assumir diferentes contornos.
Esta morosidade, que não se estranha, é fruto da teia
infindável de esquemas e manhas processuais que dilatam no tempo até ao
inaceitável, quando não à prescrição, muitos dos processos, desta natureza e de
outras, colocados à justiça. Chamar-lhe justiça é, evidentemente, uma questão
de hábito.
Se pensarmos que os casos de "erros médicos"
colocados aos tribunais podem conter alguma forma de dano ou consequência para
o queixoso(a), percebe-se como este atraso fará parte das consequências e não
uma forma de conseguir a reparação de eventual erro de um clínico.
Assim, espera-se que a constatação deste fenómeno sustente a
intenção e os meios para responder em tempo útil e da forma adequada às
questões levantadas quer por utentes, quer por profissionais.
Numa altura em que estão em curso e planeados ajustamentos e
restrições no SNS, importa estar atento às consequências desses
constrangimentos na qualidade dos serviços prestados.
Este cenário recorda-me uma história de humor negro que não
resisto a partilhar. Com a vossa licença.
Um calceteiro, especialista na lindíssima calçada
portuguesa, trabalhava numa avenida quando reparou em alguém que junto a si
seguia há algum tempo o seu trabalho com toda a atenção. Não resistiu e meteu
conversa.
O senhor está a ver o meu trabalho há muito tempo, também
é desta arte?
Não senhor. Acho interessante o seu trabalho mas a minha
profissão é médico.
Engraçado, a sua profissão é muito parecida com a minha.
Está a brincar, como assim, como é que são parecidas?
É verdade. Nas duas profissões quando há enganos,
disfarçam-se com a terra.
Alerta a todos os camionistas ou emigrantes
ResponderEliminarFaz hoje mais ou menos 13 meses que estive em Portugal a fim de gozar uns dias de descanso, aproveitei a folga e fui ao hospital de SANTAREM
a fim de resolver uma situaçao de perda de força na minha perna direita.
Depois de 4h de espera la fui atendido por um puto recenformado que penso ter passado com a nota minima...
o atendimento foi tipo... (mas o que é que tu queres? achas que isso é motivo para estares aqui?)
depois da rapida consulta a espera prolongou se... esperei 3h por um hortopedista para o ouvir dizer que aparententemente
eu nao tinha nada.... cheguei á conclusão de que se nao entramos no hospital de SANTAREM com uma fractura exposta nenhum medico
consegue diagnosticar o problema que nos faz ir ao hospital, foram 7h no hospital de SANTAREM para nada... enfim acho que serve para enervar os utentes!
Passados 4 dias voltei ao hospital de SANTAREM com o mesmo problema e com uma distençao no musculo sartorio da perna direita; problema que tambem nao
foi diagnosticado no hospital de SANTAREM depois de 5h de espera e uns 10 minutos de consulta !
Sai do hospital de SANTAREM com a ideia de que era eu que estava inconscientemente a inventar uma doença qualquer!
Só comecei a aperceber me do que realmente estava a acontecer quando passados uns dias voltei ao trabalho em Espanha e fui ao medico!
Quando fui observado no Hospital Valdesilla em Santander e sem fazer qualquer exame logo me imformaram que iria ser internado nesse mesmo dia,
fiquei surpreso uma vez que poucos dias antes no pais ao lado o diagnostico medico concluia que eu estava de perfeita saude!
Ao ser internado logo fiz exames como; TAC, Resonancias Magnecticas com e sem contraste, Electromiagrafia, Gammagrafía Nuclear,Rastreo Galio-67 e SPECT
entre outros que nem sei o nome, no total foram 13 exames em 9 dias; ainda fiquei mais surpreso quando me foi diagnosticada paraplejia subita e
progressiva confirmada bilateral impossibilitando a marcha autonoma, disfunçao do aparelho digestivo e urinario,
hipoestesia e parestesias em ambas as extremedidades inferiores, insensibilidade ao toque ou agulhas...
enfim... uma NEUROPATIA PERIFERICA (medula e nervos inflamados , lesões hiperintensas em toraxica T2 nos cordoes medulares desde a Dorsal D3 a D5-D6
e hisointensas em Toraxica (T1), Hernias discais em vertebras lombares L4-L5 e L5-S1 com 75% de obstruçao medular!
Coisa pouca, sem importancia e perfeitamente normal para os medicos do hospital de SANTAREM!
Imagino que em Portugal com os periodos de espera entre consultas das varias expecialidades, esperar exames e voltar a esperar consultas este diagnostico estaria concluido em 2 ou 3 anos!
Sem querer ser pessimista penso ate que hoje estaria a escrever este texto deitado numa cama explicando como a nigligencia e falta de profissionalismo dos nossos medicos
em portugal deixa os casos clinicos dos utentes arrastarem se a casos de paraplejia total como seria o meu na falta de tratamento e outros ainda mais graves tendo alguns deles como fim a morte;
creio que a morte é considerada pelos medicos portugueses como sendo o fim do problema e das despesas da segurança social!
Estive um mes internado, cinco meses em cadeira de rodas e quase outros tantos a andar com muletas; hoje estou a andar sem qualquer apoio;
ainda nao posso correr mas ainda estou em recuperaçao, fui informado pelos medicos de que nao vou ficar como era e de que tenho de abandonar a minha profissao actual,
espero bem que estejam enganados e que nos proximos 6 meses de baixa ou ate á expiraçao da mesma (18 meses) eu recupere totalmente e que os faça mudar de opinião;
se assim nao for... ainda me considero um sortudo, pois á uns meses atraz pensei que nao voltaria a andar sem a ajuda de uma cadeira de rodas ou de um andarilho!
Aqui deixo o meu testemunho... espero que seja um motivo de alerta para colegas camionistas ou com outra profissao que os leve a viajar fora de portugal!