AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 30 de junho de 2014

E A SAÚDE? CÁ VAMOS, NADA BEM

"Há “iniquidades” no sistema de saúde e dois mundos: o real e o oficial"

"Observatório acusa Governo de “síndroma de negação” do efeito da crise na saúde"

"“Há uma preocupante conjugação de factores desfavoráveis à saúde mental”"

O Relatório Anual do Observatório Português dos Sistemas de Saúde hoje divulgado chama a atenção para o que considera ser o impacto negativo das medidas resultantes políticas de austeridade aplicadas no sector da saúde. O Observatório sublinha o “síndroma de negação” de que sofrerá o Governo negando a realidade, as consequências na saúde das pessoas com obstáculos ao acesso aos serviços de saúde a que se acrescentam as dificuldades criadas aos próprios serviços no sentido garantirem o cumprimento da sua missão.
O Relatório mostra uma especial preocupação com as questões relativas à saúde mental. Os tempos que atravessamos e conforme vários especialistas e estudos demonstram potenciam impactos negativos na saúde mental, situação que, de acordo com o Relatório, "é  agravada por uma resposta organizacional insuficiente e sustentada por um sistema de informação aparentemente medíocre”. Existe suporte na investigação para se poder correlacionar a taxa de prevalência de doenças mentais com os níveis de desigualdades sociais e de saúde, aliás, regista-se um aumento da procura de consultas por pessoas em situações fragilizadas no quadro de desemprego e dificuldades económicas. Portugal está a apresentar em várias situações clínicas níveis de incidência extremamente elevados sendo que a resposta é claramente insuficiente.
Também aqui nada de novo, a experiência tem mostrado que a doença mental é, nas mais das vezes, um parente pobre no universo das políticas de saúde. Quando a pobreza das pessoas aumenta e a pobreza dos meios e recursos também aumenta, o quadro é ainda mais grave.
Como afirma Michael Marmot, reconhecidíssimo especialista em saúde pública, que há algum tempo esteve em Portugal, todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos na área da saúde.
Talvez a ideia do "custe o que custar" fosse de repensar, pela nossa saúde.

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