AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A HISTÓRIA DO PORQUÊ

Era uma vez um rapaz chamado Porquê. Não sei se o nome lhe foi posto por castigo, por acaso, ou porque lhe ficava bem.
Desde pequeno que a tudo o que lhe diziam, pediam, mandavam, etc., começava sempre por questionar a razão, queria saber.
Muitos adultos que o foram conhecendo, primeiro achavam-no curioso, “vivo” e interessado, depois, achavam-no chato e perturbador. Finalmente, ficavam exasperados pela sua arrogância e má educação, diziam.
Para alguns dos professores, o Porquê tornava-se insuportável. A pouco e pouco tornou-se o centro da inquietação da escola, de todos os professores, e o motivo de todas as conversas. A situação complicou-se porque vários outros alunos, mesmo sem se chamarem Porquê, começaram a comportar-se como ele, sempre a questionar tudo. Devido à proporção dos problemas, os professores decidiram que o Porquê não poderia continuar naquela escola.
Quando lhe comunicaram a decisão, estranhamente e contra todas as expectativas, não ouviram o porquê do Porquê. Foi uma das poucas coisas que disseram ao Porquê que não lhe criou sombra de dúvida, já tinha percebido muito bem e há muito tempo que não cabia naquele mundo.
Os professores ficaram mais descansados e foram assistir a uma interessante acção de formação sobre “Despertar a curiosidade nos alunos”.

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