"Passos Coelho confirma saída "limpa" do programa de resgate"
Conforme já era esperado, "manda quem pode obedece quem deve",
o nosso administrador delegado comunicou ao País que vamos ter uma saída "limpa" do
programa de ajustamento, de assistência financeira, de resgate finaceiro, o que
quer que lhe chamem, mas que, na verdade foi, é, será, um programa de
empobrecimento.
Esta comunicação porá fim ao
alarido que se tem levantado sobre a "saída" do programa. A discussão
tem envolvido, sobretudo, os economistas e os políticos que ocupam, ou querem
ocupar o poder, um grupo de gente que de uma forma geral como os últimos tempos
têm mostrado, salvo algumas excepções, sabe pouco de pessoas, sim, de pessoas.
Uns, apoiam-se em modelos
teóricos e interesses que, evidentemente, não têm a ver com os interesses da
maioria das pessoas e do seu bem-estar, outros produzem elucidativas afirmações
como "A vida das pessoas não está melhor, mas a vida do país
está muito melhor", que o "empobrecimento " é um
caminho para o desenvolvimento ou prometem "os amanhãs que cantam".
Acho sempre interessante a
criatividade nos discursos e de facto, de vez em quando, entram no léxico
político alguns termos que, no mínimo, são criativos e curiosos, saída
"limpa" é um deles. Deve juntar-se, aliás, à classificação "lixo" usada pelos abutres das agências de rating
Na verdade, se olharmos para o
que tem sido e vai continuar a ser a vida de milhões de portugueses é com
alguma perplexidade que oiço falar de uma saída "limpa". Limpa?
Um número elevadíssimo de desempregados, a maioria sem subsídio de desemprego e muitos sem vislumbrar o
regresso ao mercado de trabalho, o desemprego entre os mais jovens, com números
ainda mais altos a roubar o futuro e a obrigar a fugir daqui, o aumento das
assimetrias sociais, miúdos a passar mal
e gente a recorrer às instituições sociais que não conseguem ter resposta para
todos os pedidos, velhos que são
obrigados a escolher entre comer ou comprar o medicamento ou a não ter acesso
aos dois, falência de milhares de empresas, aumento brutal de impostos e quebra nos rendimentos do trabalho, pensões e reformas, etc., etc., e fala-se de saída "limpa"?!
Não esta história não tem nada
"limpo", é uma história feia e muito triste par muita gente, para
demasiada gente.
Saída "limpa"? O que
sabemos é que vamos continuar com um inferno na vida da gente, com a dignidade
roubada ou ameaçada e que alguma outra gente continuará com as mãos e a
consciência, se a tivesse, bem sujas.
PS - A comunicação foi, também ela, pouco "limpa",
estava cheia de demagogia, hipocrisia e despudor.
Pedro Passos Coelho tem todos os predicados e é sem sombra de duvidas, um político de excelência. Um dos melhores desta era de democracia partidocrata: DEMAGÓGICO, HIPÓCRITA, DESPUDORADO, MENTIROSO, DISSIMULADO e acérrimo DEFENSOR DOS MERCADOS FINANCEIROS.
ResponderEliminarVIVA!