"Cavaco contra faits divers, intrigas, agressividades, crispações e insultos na política"
O Presidente da República entendeu
por bem referir-se hoje ao mau ambiente e comportamento que vai por Portugal na
vida pública. No seu jeito de Mestre Escola antigo, lembro-me dos ralhetes do
Reitor do Liceu, ralhou com os meninos mal comportados e afirmou que temos de
ser "amiguinhos", temos que nos portar bem, o mau ambiente o mau
comportamento não nos deixam ter boas notas e progredir.
Cavaco Silva fez muito bem ao
expressar a sua preocupação com o ambiente da República. No entanto, há um
irrelevante pormenor, Cavaco Silva é o político em actividade com mais tempo de
poder político, ou seja, Cavaco Silva é parte do problema, não é parte da
solução para os problemas de ambiente na cena política portuguesa. De há muito
que me refiro a esta questão, a dimensão ética da nossa vida cívica e política.
Como todos sabemos, o despertar
das consciências para as questões do ambiente e da qualidade de vida colocou na
agenda a questão das pegadas, das marcas, que imprimimos no mundo através dos
nossos comportamentos. Este novo sentido dado às pegadas tornou secundárias e
ultrapassadas as míticas pegadas dos dinossauros e as românticas pegadas que os
pares de namorados deixam na areia da praia.
Fomo-nos habituando a ouvir
referências às várias pegadas que produzimos com nomes e sentidos mais próximos
ou mais distantes mas, sobretudo, tem-se acentuado a grande preocupação com a
diminuição do peso, isto é, do impacto das nossas pegadas. Conhecemos a pegada
ecológica numa perspectiva mais global ou, em entendimentos mais direccionados,
a pegada hídrica, a pegada energética, a pegada verde, a pegada do papel, a pegada
do carbono, etc.
No entanto, do meu ponto de vista
e sempre preocupado com o ambiente, com a qualidade de vida e com a herança que
deixaremos a quem nos segue, nunca encontro referências e muito menos
inquietações sérias com a pegada ética, isso mesmo, a pegada ética.
Os comportamentos e
valores que genericamente mobilizamos têm, obviamente, uma consequência na
qualidade ética da nossa vida que não é despicienda. Os maus-tratos e
negligência que dedicamos aos princípios éticos mais substantivos
provocam um empobrecimento e degradação do ambiente e da qualidade de vida das
quais cada vez parece mais difícil recuperar.
As lideranças, as várias
lideranças de diferentes áreas, hipotecando a sua condição de promotores de
mudanças positivas são fortemente responsáveis pelo peso e impacto que esta
pegada ética está a assumir.
Vai sendo tempo de incluir a
pegada ética no universo da luta pelo ambiente, pela qualidade vida e pelo
futuro.
Em termos mais pragmáticos e face
aos numerosos e despudorados incidentes que regularmente surgem, talvez fosse
de considerar a instalação urgente de uma ETAR – Estação de Tratamento do
Ambiente da República.
Gostava de acreditara que ainda
estaremos a tempo de recuperar o ambiente da República. Haverá ETAR que
responda?
"AS PALAVRAS SÃO ANÕES OS EXEMPLOS SÃO GIGANTES"
ResponderEliminarO Cavaco ao longo de todo o seu percurso político enpenhou-se em dizer PALAVRAS...PALAVRAS...PALAVRAS.
O povo não deve de esquecer que foi ele o primeiro destinatário dos milhões da CEE e os desbaratou em alcatrão, abate da frota pesqueira, desmantelamento da industria pesada,acabou com agricultura e responsável por obras faraónicas.
Mas a história diz-nos que a memória do povo é como os insectos que nascem e morrem no mesmo dia.
Em grande parte, esta crise devemo-la ao sr. Silva.
VIVA!