AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 11 de março de 2014

MIÚDOS CALADOS

Era uma vez uma Professora que andava com umas dúvidas sérias. Ela achava que os seus alunos trabalhavam melhor e sentiam-se também melhor quando, por períodos grandes, falavam nas aulas. Tinha lido algumas coisas que lhe pareciam interessantes sobre estas matérias, pelo que organizava debates e muitos trabalhos realizados em grupo e com grandes discussões entre os alunos.
Esta ideia não ia muito ao encontro da sua experiência de pequena e de alguma da formação que lhe deram. Por outro lado, parte significativa dos seus colegas criticavam porque, diziam, fomentava maus hábitos nos alunos e levava a que os alunos deles lhes levantassem problemas porque queriam falar. Além disso, na comunicação social, apareciam uns opinadores, vários,  a afirmar que, na escola, o trabalho dos meninos é ouvir o professor e estudar, de preferência calados. É assim que se aprende, dizem essas pessoas. Tudo isto lhe causava dúvidas sobre o que estava fazer.
Um dia, na biblioteca, encontrou o Professor Velho, o que fala com os livros, e, em jeito de desabafo, comentou as sua inquietações e a dificuldade em explicar a ideia que acreditava ser certa. O Professor Velho riu-se e falou daquele modo baixinho.
Professora, é engraçada essa questão. Que costumam dizer muitos pais quando percebem os seus filhos muito tempo quietos e calados?
Ora Velho não brinques. Os pais costumam dizer que, ou estão doentes, ou estão a fazer asneira, ou já fizeram asneira”.
Pois é Professora, pergunta aos teus colegas se querem os alunos doentes ou a fazer asneira.
É mesmo Velho, acho mesmo que estou certa, vou falar com os alunos sobre isto.

Esta história, tal como a que ontem contei, passou-se num tempo AMC - Antes das Metas Curriculares. Da forma que estas foram definidas, os professores e os alunos ficam sem tempo para ensinar e aprender ... conversando.

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