O Presidente não executivo
do Grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, afirmou em
Setembro de 2013 que se torna necessário "Adaptar a nossa Constituição
aos tempos de hoje, que são completamente diferentes dos tempos de 1976 ou lá
quando é que isso foi feito. Nós temos que ter uma actualização permanente”.
Na altura e como é habitual
traçou um retrato da situação portuguesa sublinhando a qualificação e o peso
negativo da partidocracia e da gestão das suas influências. Claro que este
discurso colhe mas recordo mais algumas matérias.
O Tribunal da Concorrência de Santarém decidiu reduzir para menos de
metade a multa que a Autoridade da Concorrência tinha decidiu aplicar à cadeia
de supermercados da Jerónimo Martins por vendas abaixo do preço de custo na
extraordinária campanha de 50% de desconto no 1º de Maio o que lhe valeu a
obscena multa de 30 000€.
O crime compensa. Lembro que Soares dos Santos afirmou na imprensa a
obtenção de um ganho de 25 a 27 milhões de euros com o amargo espectáculo que o
Pingo Doce, proporcionou nesse 1º de Maio.
Ainda em relação a práticas deste grupo económico, lembram-se que o
Pingo Doce anunciou deixar de aceitar pagamentos com cartão de crédito ou
débito para quantias abaixo dos 20€. No folheto de anúncio da medida, dirigido
aos consumidores, lia-se que, "ao pagar as suas compras com dinheiro até
20 euros está a ajudar-nos a concretizar mais oportunidade de poupança para
si". Um fino exemplo de hipocrisia e manha.
Na verdade, a decisão permite ao Grupo uma poupança estimada em cinco
milhões de euros. A DECO considera a medida pouco favorável aos consumidores em
termos de comodidade e segurança.
Compreendo evidentemente que a gestão de uma qualquer empresa deve,
necessariamente, considerar a economia de custos pelo que, do ponto de vista do
Grupo Pino Doce, a decisão inscreve-se num acto de gestão que visa redução de
custos através da poupança nas comissões relativas aos terminais. Tudo bem, é a
economia, o mercado.
O que me causa algum embaraço nestas histórias é a recorrente postura e
discurso hipócrita da liderança do Grupo, designadamente, de Alexandre Soares
dos Santos que se assume como campeão de ética e transparência, lembram-se
certamente da famosa declaração pública "Truques é para o Sócrates, não
comigo".
Também recordo, Nicolau Santos denunciou-o no Expresso, que quando o
Governo fez aumentar o IVA, foi publicitado até à exaustão que a cadeia Pingo
Doce não o aumentou, mas, na verdade, repercutiu o aumento nos preços pagos aos
produtores, esmagando, assim, as suas já reduzidas margens. Continuou desta
forma manhosa a assegurar a fatia de leão do lucro, a distribuição, e ainda
pôde proclamar que não aumentou o IVA. Entretanto, certamente com cobertura
legal, também mudou para a Holanda a sede de algumas actividades do Grupo, à
procura de benefícios fiscais que agora aparecem quantificados, 79,9 milhões de
euros em 2012.
Com a maior desfaçatez estas e outras iniciativas têm invariavelmente o
intuito afirmado de ajudar e defender as famílias e as suas dificuldades.
Assim, para que não passe por pobre e mal agradecido, em meu nome e em
nome de milhares de outras famílias, o meu muito obrigado ao Pingo Doce e a
Alexandre Soares dos Santos pela persistente defesa dos nossos interesses
sacrificando os seus próprios objectivos.
Na verdade, façam o que eu digo,
não façam o que eu faço. Estamos fartos de lições desta natureza. Alexandre
Soares dos Santos terá, evidentemente, os seus méritos e destaco a iniciativa
que suporta a PORDATA mas poupe-nos a
lições em termos de ética.
"POVO DE BRANDOS COSTUMES"
ResponderEliminarBRANDOS COSTUMES dos produtores que fornecem o PINGO DOCE e não fizeram boicote de fornecimento.
BRANDOS COSTUMES dos clientes do PINGO DOCE que continuaram a comprar no PINGO DOCE levando a NOTINHA DE VINTE.
Povo tão inerte e com tais laivos de inépcia não existe em mais lado nenhum.
Por último resta-nos a QUALIDADE DO QUE É REAL NA GOVERNAÇÃO que é: "FORTE COM OS FRACOS E FRACA COM OS FORTES" ou "PROTECÇÃO Á FAMÍLIA"
VIVA!