A OCDE desenvolveu um estudo no qual Portugal
começou por se envolver mas de que desistiu de forma pouco compreensível,
considerando a pertinência do trabalho que é centrado no impacto da formação e
qualificação nas condições de vida das pessoas e dos países. Os dados sugerem que o nível de
literacia é fortemente compensador em termos de estatuto salarial e condições
de vida, podendo traduzir-se num acréscimo de 60% no rendimento do
trabalho.
Apesar de Portugal ser o único país do sul não
participante no estudo podemos socorrer-nos de um outro Relatório da OCDE,
"Education at a Glance 2012", já aqui citado, onde se refere que a
diferença salarial de jovens com licenciatura para jovens com formação a nível
do secundário, é de 69 % o que é um bom indicador para o impacto da qualificação sendo Portugal um dos países em que mais compensa adquirir formação e qualificação.
Neste cenário e como sempre afirmo, o discurso
muitas vezes produzido no sentido de que "não adianta estudar" não
colhe e não tem sustentação, sendo um autêntico tiro no pé de uma sociedade
pouco qualificada como a nossa.
Não esqueço o altíssimo e inaceitável nível de
desemprego entre os jovens, em particular entre os jovens com qualificação
superior, mas esta questão decorre do baixo nível de desenvolvimento do nosso
mercado de trabalho, de circunstâncias conjunturais e de erradas políticas de
emprego e não da sua qualificação.
Na verdade, uma das ferramentas mais sólidas de
promoção da mobilidade social nas últimas décadas, na generalidade das
sociedades, é, justamente, a educação, ou seja, a qualificação académica e
profissional são entendidas como ferramentas imprescindíveis de progressão
social. Lembro-me a frequência com que os meus pais, um serralheiro e uma
costureira, me incentivavam "estuda que vais ser alguém que nós não
fomos". Tal entendimento é adequado, importa sublinhar, mesmo num tempo em
que os jovens com qualificação superior têm uma taxa de desemprego superior a
35%. Com base em vários indicadores, é ainda claro que estudar compensa. É
certo que sempre existem uns "alpinistas sociais" que tratam muito
bem da sua mobilidade sem grande esforço de qualificação escolar ou
profissional.
No entanto, conseguir níveis de qualificação mais
elevados compensa sempre e é imprescindível. Estudar e conseguir qualificação
de nível superior compensa ainda mais.
Qual a culpa de um aluno carenciado para que, em razão das dividas fiscais dos seus pais, não lhe seja atribuída uma bolsa de estudo?
ResponderEliminarSe a um aluno carenciado, em razão das dívidas fiscais dos seus progenitores, é lícito negar uma bolsa de estudo, por maioria de razão aos sócios da SLN, sociedade detentora de 100 % do capital social do BPN, também poderá ser cortado alguma coisa…
Fosse eu aluno universitário, chamaria à razão o Governo com a discussão do que então cortar aos sócios da Sociedade Lusa de Negócios … nunca cotada em bolsa, holding de um grupo que se financiava no BPN, que muito provavelmente ficará para a história como a maior fraude da 3.ª República, em razão da sua magnitude cujo impacto nas contas públicas ainda hoje não é possível determinar completamente.