Nos últimos dias não assisti a um jornal televisivo da RTP que não tenha dedicado largos minutos às melgas de Armação de Pêra. Intervenções em directo, peças passadas repetidamente e creio que boa parte da população já terá sido entrevistada. Responsáveis autárquicos, comerciantes, empresários da restauração, turistas surpreendidos, etc. Foram também entrevistados, evidentemente, as personagens de sempre em qualquer directo "este senhor" ou "esta senhora" ou até, fica sempre bem, "este menino", que mostram melgas apanhadas fresquinhas e peroram contra a invasão. Dizia um "este senhor", visivelmente emocionado, que assou as sardinhas na varanda mas com tanta melga tiveram que comer as sardinhas na sala o que, obviamente, é coisa pouco simpática, desagradável mesmo e, sobretudo, imprópria de férias.
Temos assim de forma quase gratuita um produto, também de natureza tóxica, muito "chato" embora infintamente mais barato, a competir com a praga tóxica sobre "swaps" com a qual tem divido o tempo de antena no horário nobre da RTP.
Confesso que tem sido estimulante acompanhar os relatos sobre o aparece, desaparece das melgas num tão divertido quanto incomodativo jogo que tem animado aquela zona algarvia para desconforto de quem por lá anda e vive.
Apenas lamento a discriminação que se verifica, mas que também não será estranha. Parece-me injusto e descabido que apenas se conheçam e noticiem as melgas do Algarve quando, todos temos experiência disso, temos melgas por todo o lado e de grande qualidade. Eu sei que se trata de uma zona turística e que melgas em zonas com estrangeiros tem outro impacto e visibilidade, mas não é justo que tantas empenhadas melgas, por tantos lados do país, não tenham o devido relevo.
O Mosquito-DUCE está de férias na Manta Rota, os mosquitos da ralé foram fazer férias em Armação de Pera, também Algarve.
ResponderEliminarÉ a democracia e igualdade a funcionar em pleno. BEM-HAJA o sistema democrático em Portugal.
VIVA!