AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 2 de julho de 2013

O MINISTRO, O SECRETÁRIO E A PREPARAÇÃO DO BRIEFING. Outro diálogo improvável

Chefe, amanhã vamos ter algumas dificuldades no briefing com a imprensa.
Não há problema, é para isso que serve a experiência e a competência.
Então Chefe?
Você começa por afirmar que o Governo se congratula com a chegada das temperaturas altas que contrariam as previsões pessimistas dos franceses sobre este Verão.
Mas Chefe ...
E sublinha que este aumento da temperatura está em linha com os indicadores positivos que mostram uma inversão no rumo da nossa economia.
Eu percebo Chefe, mas penso que ...
Pode também referir o significado que assume como respeito perante a nossa soberania, o facto de Edward Snowden não ter referido que os Serviços de Informação americanos nos espiaram. Mostra obviamente a nossa actual credibilidade e o respeito que merecemos, recuperados, evidentemente, durante estes dois últimos anos devido à coragem e competência das políticas seguidas e que retiraram o país do descalabro em que tinha caído.
Não sei se estou a compreender Chefe, não lhe parece que ...
Estou a tentar mostrar-lhe a importância de divulgar informação clara, pertinente e útil para os portugueses.
É justamente por isso Chefe. Eu creio que amanhã a imprensa está à espera e vai exigir que se trate no briefing a demissão do Portas, o discurso do Chefe e o que se vai seguir.
Então, mas dessas matérias e como é evidente, você só fala off-the-record e sopra umas coisas para entalar os tipos do CDS.
Agora compreendi, o Chefe é mesmo um génio.
Eu sei, é por essa razão que aqui estou.

PS - Afinal o Governo cancelou o briefing com a comunicação social até a situação política estar esclarecida, o que é uma decisão curiosa num tempo de enorme instabilidade. O briefing tinha como um dos objectivos articular e coordenar o discurso do governo. Cancelar o briefing deve significar que, ou o Governo não tem discurso ou não existe Governo. Ou as duas.

1 comentário:

  1. não sei quem sou...3 de julho de 2013 às 12:12

    Pois é chefe, as nossas tropas nem sequer saíram do aquartelamento, por isso não tivemos baixas. Mas temos que ter cuidado não vá algum tripulante ter visto e se inspirar no filme "A REVOLTA DA BOUNTY".

    Um bom conselho do Ministro da Propaganda ao seu mentor.


    VIVA!


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