AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 18 de junho de 2013

PELA NOSSA SAÚDE

O Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde traça um quadro inquietante do cenário actual em matéria de saúde. Do Relatório relevam aspectos como o aumento da dificuldade no acesso a serviços e medicamentos, mostrando por exemplo, dados que sugerem que um terço da população idosa não está a conseguir adquirir os fármacos prescritos ou na repercussão do aumento das taxas moderadoras na acessibilidade aos serviços de saúde.
É também referido o aumento de incidência de problemas do foro da saúde mental e um corte superior no orçamento superior em 160 milhões ao exigido pela troika que nos governa.
O Relatório refere como aspectos positivos o abaixamento do preço de medicamentos e alguns programas de vigilância de doenças crónicas ou de rastreio de doenças do foro oncológico.
Estando na agenda a reforma do estado que se traduz na reforma das funções sociais do estado, nas quais se engloba a saúde, é importante não esquecer que a comunidade tem sempre a responsabilidade ética de garantir a acessibilidade de toda a gente aos cuidados básicos de saúde. Os tempos que atravessamos criando obstáculos ao acesso aos serviços de saúde a que se acrescentam as dificuldades criadas aos próprios serviços no sentido garantirem o cumprimento da sua missão são ameaçadores dos padrões mínimos de bem estar e qualidade da assistência em matéria de saúde.
Por coincidência, também a Federação Nacional dos Médicos refere uma situação caótica no sistema informático do Ministério da Saúde que inviabiliza a prescrição e o acesso à informação clínica dos utentes.
Como afirma Michael Marmot, que há meses esteve em Portugal, todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos na saúde.
Talvez a ideia do "custe o que custar" seja de repensar, pela nossa saúde.

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