Era uma vez um homem chamado Azarado. Toda a sua
vida foi um conjunto de circunstâncias desencontradas. Nasceu rapaz, os pais
desejavam uma rapariga e nasceu no meio do Verão contrariando o esforço de
planeamento dos pais que o queriam no Inverno.
Na escola, o Azarado sempre encontrou os
professores menos simpáticos e não havia jogo que conseguisse ganhar. Nos
testes acontecia sistematicamente que esperava por umas questões e apareciam
outras. O Azarado desesperava, é que não se pode saber tudo e ele nunca acertava.
A rapariga mais bonita que ele conheceu e por
quem sentia uma paixão tão grande como aquelas que vêm nos livros, não lhe
ligava nem um bocadinho, era com se ele não existisse. No entanto, tinha que
fugir de uma miúda que o adorava mas de que ele só gostava ao longe, muito ao
longe.
Na sua profissão, vendedor de Projectos, perdeu a
grande oportunidade porque furou a caminho da entrevista que mudaria a sua
vida.
O Azarado apresentou um dia a mulher ao seu
colega mais amigo. Desse encontro, resultou um amor que o deixou sem mulher e
sem amigo.
Viveu só o resto dos dias, sempre em desencontro
com as circunstâncias. Uma manhã, o Azarado não acordou.
Os amigos comentaram, “Que sorte a do Azarado,
ficou-se que nem um passarinho”.
Ter azar exige esforço, dedicação e vitórias morais. Não é para qualquer um.
ResponderEliminarAbraço
António Caroço
Um ponto de vista interessante.
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