"O país está ser destruído", "não
se consegue refazer um país a partir das cinzas" foram afirmações
produzidas em Abril por Manuela Ferreira Leite, como é sabido uma perigosa
militante de esquerda, inimiga de economias abertas, defensora da estatização
de toda a economia.
Afirmando-se uma convicta social-democrata e,
portanto, defensora das pessoas, declarou ainda que "Fiquei perplexa por
não verem isto (decisão do TC) como uma oportunidade, mas como uma
contrariedade. (…) Vão insistir na austeridade. (…) Não estamos a chegar a
ponto nenhum”, acrescentando que o país está a entrar “numa fase de privação,
abaixo da pobreza, em que as pessoas já não se conseguem alimentar”.
Ontem, a perigosa agitadora social voltou à carga
arrasando a política do Governo que considera “um verdadeiro desastre” entre
outras apreciações da mesma natureza.
No entanto, continua a persistência cega e surda
no “custe o que custar", no cumprimento dos objectivos do negócio com a
troika e dos objectivos de uma política "over troika", atingindo
claramente o limite do suportável e afectando gravemente as condições de vida
de milhões. Estamos a falar de pessoas, não de políticas, ou melhor estamos a
falar do efeito das políticas na vida das pessoas.
Creio que já ninguém consegue sustentar que este
trajecto nos possa levar a bom porto, está à vista o quanto é insustentável a
insistência neste caminho e no apregoar de que existe equidade na repartição
dos sacrifícios quando continuam os funcionários da administração,
pensionistas e reformados como alvo privilegiado do assalto fiscal e dos cortes de
rendimento e as “gorduras” a cortar inscrevem-se nas dimensões do estado
social.
Este rumo já ninguém na sociedade portuguesa
consegue honestamente sustentar, nem mesmo os que têm a mesma filiação
partidária do Governo mas que não se demitem de pensar autonomamente e pensar
nas pessoas.
Na verdade, o caminho decidido, por escolha de
quem o faz, é bom registar que existem alternativas, está a aumentar
assimetrias sociais e obviamente a produzir mais exclusão e pobreza mas,
insisto, mais preocupante é a insensibilidade da persistência neste caminho.
Precisamos de coragem e visão sem subserviência
ao ditado dos mercados e dos seus agentes para definir modelos económicos,
sociais e políticos destinados a pessoas e não a mercados ou a grupos
minoritários de interesses mesmo que mascarados em malditos planos de
"ajustamento", de "resgate" ou ainda e de forma ofensiva de
"ajuda".
Existem vários exemplos de países que impuseram
limites às exigências dos donos do mercado e que não executaram tudo o que lhes
estava a ser exigido, Chipre é um dos exemplos mais recentes.
Manuela Ferreira Leite tem carradinhas de razão ao dizer "não se consegue refazer um país a partir das cinzas".Mas em política o cidadão comum tem que estar minimamente atento. A dra. Leite e o dr. Coelho têm contas a ajustar e os políticos não se perdoam.
ResponderEliminarA vingança é um prato que se serve frio...
VIVA!
Parece-me que estas medidas são uma bomba relógio... e quem tem a programou é o próprio governo...
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