Ao que parece o Governo conseguiu uma poupança
permanente de 300 milhões de euros, já este ano, com a renegociação acordada com as
concessionárias das PPPs rodoviárias, atingindo um objectivo apresentado no mês passado. É
um passo importante mas claramente aquém do que neste universo deveria ser
feito e que certamente minimizaria a brutal consequência da austeridade na vida
de muita gente empurrada para o desemprego, pobreza e desprotecção social.
Na verdade, a generosidade do Estado assumida
pelos sucessivos Governos é extraordinária. Numa espécie de variante do Estado
Social em modo “Só p’ra amigos”, o estabelecimento de parcerias entre as
instituições públicas e instituições privadas, as PPPs, tem sido uma excelente
forma de distribuir riqueza.
Para além dos mais conhecidos sectores das obras
públicas, estruturas rodoviárias sobretudo, e da saúde, o universo das
concessões na gestão das águas em diversos municípios tem sido notícia nos
últimos dias. Do que vai sendo conhecido resulta invariavelmente uma péssimo
negócio para o estado, para os contribuintes, e um muito bom negócio para os
concessionários.
Para termos uma ideia sobre a ordem de valores
envolvidos, números de 2011 da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças sobre as
famosas Parcerias Público Privado, referiam que os encargos líquidos do estado,
dos contribuintes, ascendiam a qualquer coisa como 15,1 mil milhões de euros,
uma ninharia que representou 8,8 % do PIB previsto para 2012.
As PPPs em modo português, de uma forma geral,
são uma estranha e assimétrica parceria, um parceiro assume os encargos e os
riscos e o outro parceiro recebe os lucros.
O que parece mais embaraçoso é que esta
assimetria inaceitável entre quem se assume como “parceiro” tem vindo a ser
sucessivamente denunciada mesmo de dentro do estado. Apesar disso, sucessivos
governos têm apostado de forma despudorada, irresponsável e delinquente do
ponto de vista ético, para ser simpático, no estabelecimento e fortalecimento
ou manutenção destas Parcerias assentes em contratos jurídicos estabelecidos
basicamente à medida dos interesses privados de empresas e grupos “amigos”, constituindo-se,
assim, como verdadeiros brindes à custa do erário público e dando um
enorme contributo para a situação financeira que actualmente vivemos.
Mais grave, é ter-se continuado a assistir à
defesa destes comportamentos, à impunidade dos responsáveis e ao aumento dos
custos que esta ruinosa e irresponsável política envolve.
E não acontece nada de significativo.
É o Portugal dos Pequeninos.
Todos os ministros após-adesão á CEE são responsáveis por esta miséria toda. Sabemos bem por onde andam os milhões de compensações
ResponderEliminarBARRA DO TRIBUNAL COM ELES!!!
Já não estou de acordo com o Senhor Professor quando usa o termo "PORTUGAL DOS PEQUENINOS".
Para mim é já Portugal dos Criminosos de Colarinho com Goma.
VIVA!