AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 18 de março de 2013

OBRIGADO SENHOR GOVERNADOR

O Governador do Banco de Portugal afirmou  que os portugueses “podem estar tranquilos”, o roubo que está a ser feito em Chipre, taxando todos os depósitos bancários, “não é transponível para outros países”, sublinhado que o sistema financeiro português é estável e capitalizado.
Ainda bem que o Senhor Governador nos descansa, confesso que já estava a imaginar as minhas poupanças a ser alvo de um ataque semelhante. Na verdade, procurei sempre não viver acima das minhas possibilidades e pensar no amanhã, como me ensinou o meu pai, homem de poucas posses, mas de muitas qualidades pelo que tenho procurado juntar uns euros que me ajudem a suportar a velhice numa reforma que chegará talvez lá para os 80 anos.
Sabemos que o nosso sistema financeiro está bem e capitalizado, os mercados têm se esforçado por isso  e como o dinheiro não é elástico, não chega para as pessoas e para as empresas que agoniam em axfixia económica mas chega para manter o sistema estável e capitalizado. É bom que assim seja.
O generoso aviso do Senhor Governador vem, pois, em boa altura e nós confiamos que se diz que não nos devemos preocupar, é porque assim vai ser. Obrigado Senhor Governador.
Um dos princípios básicos da qualidade da vida cívica e democrática é a confiança nas lideranças pelo que confiamos na afirmação do Senhor Governador, como confiamos nas sucessivas previsões do Senhor Ministro das Finanças, como confiamos nas promessas do Senhor Primeiro-ministro quando afirma que estamos mesmo, mesmo a dar a volta e a ficar bem. De há muito que aprendemos a confiar em boa parte da rapaziada que vai passando pelo poder.
Só tenho uma pequena dúvida, esta gente acredita mesmo no que diz? Ou nem eles acreditam neles.



2 comentários:

  1. Um gosto ter chegado ao seu blogue.
    Subscrevo este seu post, sossegada,sossegada não fiquei.
    Aliás com eles loucos à solta...
    como pudemos ficar tranquilos?
    Bj.
    Irene Alves

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  2. Obrigado. Tranquilos acho que não podemos ficar.

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