A vida política do Portugal dos
Pequeninos têm aspectos absolutamente extraordinários que seriam fonte de algum
divertimento, não fora o "pormenor" de boa parte desses
"pormenores" se reflectirem de forma séria, quase sempre negativa, na
vida das pessoas.
Quando comecei a ler pensei que
deveria ser engano, mas a prosa pareceu-me séria. O abutre António Borges
afirmou no sábado "que a distribuição dos sacrifícios pedidos aos
portugueses não tem sido equitativa. Uns têm beneficiado muito com a política
deste Governo e outros estão a ser prejudicados", acrescentando que “Houve
quem beneficiasse muito com esta política e não foram os mais pobres".
Sendo séria a prosa, pensei, usando os termos dos mais novos, o "homem
passou-se". Mas depois reparei que disse estas coisas à entrada da
Pastoral Social e acho que compreendi, foi uma tentativa patética de penitência
pelos pecados que carrega, as suas palavras não são mesmo para levar a sério.
Uma outra história que por aí vai muito interessante e com um guião bem
montado, tem sido a polémica sobre a interpretação da lei de limitação de
mandatos. O último episódio, de uma mestria insuperável, foi a
"descoberta" feita em Belém de que se trocaram os "da"
pelos "de" entre a lei aprovada na AR e a publicada no DR e, claro,
avoluma-se o alarido.
Não sou jurista, nem
constitucionalista e como cidadão parecem-me razoavelmente claras duas ideias,
a saber, em primeiro lugar é saudável e desejável do ponto de vista, político,
democrático e ético que se limitem os mandatos de cargos políticos exercidos
pelo mesmo cidadão, ponto. Em segundo lugar, a Constituição estabelece o mesmo
entendimento político no artigo 18º, "Princípio da Renovação"
afirmando, "Ninguém pode exercer a título vitalício qualquer cargo
político de âmbito nacional, regional ou local", ponto. Parece-me, pois, claro que qualquer lei que cumpra a
Constituição, como não pode deixar de ser, não pode aceitar e admitir que um
cidadão, desde que vá saltando de município em município, possa ocupar a função
de presidente de câmara, por exemplo, a título vitalício. É este entendimento
manhoso, inconstitucional, que a maioria dos partidos representados na Assembleia
da República assume na defesa dos seus interesses locais onde impera amiguismo,
aparelhismo e pagamento de favores e natureza variada.
Acho que nem mesmo a participação
na Pastoral Social, tal como com António Borges, os livrará do pecado mortal,
mais um que em termos políticos e éticos cometem com estas habilidades.
Gente pequena e sem perdão.
Vindo do Sr. António Borges nada me espanta, já que o sujeito é um bufarinheiro, não de quinquilharias e bugigangas, mas sim de baixa ética e moral para quem o bem estar do povo não tem qualquer significado; o que ele defende é apenas os interesses do grande capital.
ResponderEliminarSenão vejamos parte do curriculum: Consultor do Departamento do Tesouro dos E U A - conselho da administração Banco Goldman Sachs - Citibank - Petrogal - Sonae - Jerónimo Martins - Cimpor - e como cereja no topo do bolo é consultor das famigeradas P P Ps e defendeu com unhas e dentes o aumento da T S U dos trabalhadores (de 11% para 18%) e baixar a dos patrões (de 23,75% para 18%) e também redução dos salários.
Mas o bufarinheiro que durma descansado que a igreja é perita em perdoar tais pecados sem que lhe seja imposta qualquer penitência.
Quanto á troca dos "da" pelos "de" estou em sintonia com o provérbio; "O DIABO ESTÁ NOS PORMENORES".
VIVA!