AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

E SE DE REPENTE TE MANDAREM TRABALHAR PARA O CAMPO, ISSO É IMPULSO

Como seria lógico e natural num país com decência política na liderança, o "Dr." Relvas já não seria ministro ou, mais provavelmente, nunca teria sido ministro.
Dadas as circunstâncias, temos que continuar a lidar com as relvices.
Disse então o "Dr." Relvas, ao que parece sem se rir, que o  Estado "vai facilitar” o regresso dos jovens à agricultura. Esta é, aliás, uma das orientações estratégicas para as políticas de juventude a anunciar em breve pelo Governo.
Vindo de quem vem esta afirmação só pode mesmo ser mais uma relvice. As políticas de juventude têm contribuído para um fortíssimo Impulso ao desemprego Jovem. Agora irão dar um Impulso ao regresso aos campos e à lavoura, certamente sob a inspiração do guia da Reforma, o Dr. Portas.
Este impulso jovem para um regresso à lavoura começará cedo. Os alunos que repetirem que não tiverem jeito para a escola serão canalizados para os campos agrícolas e depois de umas cavadelas e sementeiras terão, por equivalência, acesso a uma licenciatura em engenharia agrónoma, em modo Relvas, e assim teremos uma agricultura altamente qualificada.
Os desempregados jovens e os não jovens serão convidados a sentir um Impulso para ir trabalhar para os campos, trabalho bonito, perto da natureza a ouvir o chilrear dos passarinhos e o balir do gado.
Vamos ter um país bem mais bonito e perto do que conhecemos há uns anos, camponeses felizes e sadios com o trabalho nos campos e as moçoilas de cesto nos mercados.
Esta gente não se enxerga.

2 comentários:

  1. Em tempos idos, e na sequência de funções que eu desempenhava numa escola, fui mandada receber e acompanhar o Sr. Relvas (assim mo apresentaram), na sua qualidade de autarca, para inspeccionar as condições físicas degradantes em que a escola se encontrava, precisamente aquela onde Relvas tinha feito alguma escolaridade.

    Em cada sala de aula, e no meio de água a pingar dos tectos, traves a cair e janelas sem vidros, o Sr. Relvas interrompia a minha exposição, dirigindo-se ufanamente para os quadros de ardósia negra, para pesquisar as inscrições neles gravadas por vandalismo juvenil e exclamava: “- Ah, olhe aqui! Este [mencionava um nome gravado] também é do meu tempo.”
    Para mim, ficou tudo claro sobre as competências do Sr. Relvas para semear alguma medida governativa qualificada e o tempo só veio comprovar as minhas suspeitas.

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