Este episódio da carne de vaca que é substituída por carne
de cavalo em produtos processados e de grande consumo, que também já cá chegou
e logo, certamente por azar, na cadeia Pingo Doce pertencente ao grupo liderado
pelo empresário Soares dos Santos que sempre que fala nos pretende dar lições
de ética, vem ao encontro da velha e repetida afirmação de que “anda meio mundo
a tentar enganar o outro meio”.
Creio que precisamos de fazer uma actualização ao enunciado.
Acho mesmo que andamos todos a tentar enganar todos, de uma maneira ou de
outra, por uma razão ou por outra.
É certo que a carne é fraca, sobretudo a dos humanos, mas na
verdade, se a capacidade de nos não tentarmos enganar uns aos outros apenas
depender das leis a coisa fica ainda mais negra.
Precisamos urgentemente de repensar as questões de natureza
ética, os valores, os modelos, a política no sentido mais sólido da gestão do
bem comum e não na gestão de interesses grupais ou individuais de
circunstância.
Recordo ainda uma expressão que já ouvia frequentemente
quando era miúdo, “Andamos todos ao engano”. Será destino? Não podemos fazer
diferente, fazer melhor?
O Pingo Doce de ético tem muito pouco. Porém, as pessoas continuam a ir lá...
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