AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 21 de outubro de 2012

PÁ, DEIXAR O CARRINHO NO PARQUE É UM BALÚRDIO E NÃO DÁ JEITO NENHUM

No Domingo dia destinado ao descanso nas nossas agendas mal parece falar de produtividade mas, desculpem lá, é só uma nota pequenina.
Os funcionários da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa - EMEL, aquela rapaziada que aparece sempre onde não deve, quando não deve, só para nos arreliar, têm tido um modelo de construção do seu salário de que faz parte um acréscimo por zelo, ou seja, por produtividade, como agora se diz.
Tal modelo incentivava os fiscais a tornarem-se, por assim dizer, menos amigáveis para com o cidadão lisboeta. Carrinho em cima do passeio, é carrinho rebocado e quanto mais melhor. Carrinho deixado em frente à placa "Proibido estacionar" é carrinho multado. Carrinho sem o ticket com o horário ajustado e a tarifa paga, é carrinho multado, carrinho deixado em segunda fila, é carrinho rebocado. E mais nada.
Ao que parece esta zelosa rapaziada que estava a fazer pela vida, mais serviço, mais ordenado, teve azar, multaram indecentemente  algumas figuras que não deviam, gente ligada à própria autarquia e até, imagine-se, tiveram a atrevida ousadia de se meterem com o Dr. Miguel Sousa Tavares, ainda por cima, ao que parece, em situações de excesso de zelo. Das duas uma, ou os incomodados não estavam a prevaricar e é estranha a multa, ou os incomodados estavam a prevaricar mas era pouco e por pouco tempo e eles, malandros caça multas logo viram ali mais uns euros de ordenado que, tal como o nosso, tem vindo a encolher e pumba, não perdoaram. Que malandragem.
É claro que as pessoas incomodadas não gostaram e apresentaram as suas inquietações a quem de direito, o vereador responsável.
Ainda bem que o fizeram,  Senhor Vereador Nunes da Silva insurgiu-se contra tal situação, o acréscimo de ordenado por produtividade, número de multas e carros rebocados, e acabou com tal desvario.
Não sei como irão reagir os funcionários da EMEL. Por um lado, o respeito pela sua função e respeito pela deontologia sugere que actuem quando entendam que tal se justifica. Por outro lado, podem começar a formular um juízo arbitrário sobre quem, estando em prevaricação, deve, ou não, beneficiar da sua benevolência e generosidade, sobretudo gente conhecida não vá a coisa complicar-se. Ainda uma terceira hipótese, estando o ordenado garantido e definido sem relação com a produtividade, podem adoptar uma atitude negligente e laxista provocando um abaixamento das receitas da autarquia.
É um problema, havendo tanta gente  fazer o que quer, como quer, porque é que nós, lisboetas motorizados, não podemos deixar os carrinhos onde precisamos sem estar com medo das multas ou, pior, de ter que ir levantar o carrinho e gastar uma pipa de dinheiro. Se todos dermos um jeitinho, a coisa funciona bem, temos que ser uns p'rós outros. Andamos armados em estrangeiros, uns tótós que têm a mania de deixar os carros só onde podem.

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