AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 16 de outubro de 2012

AS PALAVRAS DE ORDEM DAS UTOPIAS

Péssima forma de começar o dia. Dou de caras com a 1ª página do Público, "Trabalhadores e pensionistas vão pagar 70% do défice" e lembrei-me da famosa palavra de ordem "Os ricos que paguem a crise".
As palavras de ordem, nas mais das vezes, são apenas isso, palavras, que como quase sempre acontece o vento leva.
Os ventos agora são fortes e também levaram estas palavras para o reino das utopias onde também descansam outras como "O povo unido jamais será vencido", lembram-se? que agora parecem emergir vindas de lá do reino das utopias.
Parece estar a crescer de novo o tempo de levar as utopias para a rua.
É verdade que, provavelmente, os ricos nunca irão pagar a crise, é verdade que o povo nunca estará unido e, portanto, vai sendo vencido.
No entanto, também acontece que as utopias criam um horizonte que dá sentido à vida. E o que está a acontecer agora é a perspectiva de uma vida sem sentido, sem horizonte, sem esperança.
É preciso retomar a ingenuidade e a força de trazer as utopias para a rua e gritar.
O povo unido jamais será vencido. Os ricos que paguem a crise. Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas.
Quando nos ouvimos, todos, sentimo-nos melhor.

3 comentários:

  1. Caro José, não está a ser rigoroso!!!
    Ricos? Que ricos, quando temos um país onde o peso das famílias com mais de 80000 euros por anos não chegam a 1,5% do número total das famílias?
    Quanto aos trabalhadores e pensionistas, não os coloque todos no mesmo saco, como faz o Público.
    Todos sabemos que há trabalhadores e pensionistas que não vão ter aumento da carga fiscal, porque simplesmente não pagam IRS. Como sabe, são mais de 2 milhões de agregados familiares que não pagam IRS.
    Agora, se me fala em classe média, claro que está a ser afectada, mas atenção, de forma progressiva. Não desvalorize isso.
    Por isso, seria bom que todos fossemos mais rigorosos nas afirmações...

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  2. Olá Pedro, por estranho que lhe possa parecer, conhecendo o que me rodeia, continuo a achar que sou rigoroso. O termo rico e pobre não é só contabilizado em € e em termos absolutos. Eu posso ser rico comparado o meu rendimento com a miserável pensão de reforma da minha mãe mas sou eu que estou a pagar a crise, não os que na verdade, são ricos.

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  3. Mas a divida é de quem? Dos ricos? Dos pobres? Dos "assim-assim?

    Ou do Estado?

    Quem é que consume mais do que pode? Quem gasta mais do que tem e cresce mais do que deve?

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