AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

JÁ NÃO HAVERÁ VIDA PARA LÁ DO DÉFICE

Apesar de todas as vozes, incluindo algumas do seu espectro político, o Governo continua a persistir num caminho inaceitável de corte nos rendimentos do trabalho e  de promoção do empobrecimento as famílias.
Tal como a maioria dos cidadãos, incluindo "especialistas", e, no meu caso, certamente por ignorância, não consigo compreender como é que as medidas anunciadas, mesmo considerando o abaixamento do desconto para a segurança social por parte das empresas, podem combater o desemprego e promover crescimento e desenvolvimento. As explicações vagarosas do Ministro Vítor Gaspar não esclareceram dúvidas e deixaram-me ainda mais preocupado. Numa estranha concepção mágica da realidade, afirma que os "portugueses estão dispostos a fazer sacrifícios". Será que esta gente não consegue entender o quão difícil já é a situação em que milhões de portugueses sobrevivem diariamente?
O caminho que tem vindo a ser trilhado parece de forma cada vez mais clara levar-nos a um inexorável processo de empobrecimento, a promover desemprego e recessão. Estamos cada vez mais longe de relançar a economia, promover crescimento, acentuando-se, aliás, o cenário depressivo que atravessamos e de que se não vislumbra o fim, apesar do voluntarismo patético do Governo anunciando para 2013 o retorno a um caminho de crescimento que as medidas agora anunciadas desmentem, dramaticamente.
A persistência cega e surda no “custe o que custar", no cumprimento dos objectivos do negócio com a troika e dos objectivos da sua própria política "over troika", atingem claramente o limite do suportável afectando gravemente as condições de vida que muita gente está enfrentar.  Segundo o DN, as medidas anunciadas pelo Governo representam um "corte" seis vezes superior ao necessário para cumprimento dos objectivos impostos pelo negócio com a troika. Mais uma vez não consigo perceber.
Para cada vez mais gente, o abismo está mais perto, não está mais longe, como Passos Coelho sustentava há semanas. A realidade não é a projecção dos seus desejos, dramaticamente.

2 comentários:

  1. E o que faz um país são pessoas. Cada vez se esquecem mais disso. Como pode o país afastar-se do abismo quando quase cada ser humano que o habita está mias próximo dele?

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  2. Os nossos recursos humanos na área da política governativa quase sempre foram deploráveis.

    É caso para dizer: ó pátria lusa mais as estrofes de Camões, que só um país miserável tem um poeta zarolho como herói nacional.

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