A expressão que coloco em título foi utilizada por Miguel
Beleza em entrevista ao I acrescentando que “se o Banco de Portugal não fizesse
o que queria a Alemanha estava feito”. O jornal remete, aliás, a afirmação para
a primeira página.
Numa altura em que no país estão os burocratas que em nome
da troika decidem sobre o nosso futuro, a afirmação de Miguel Beleza ganha
especial sentido.
Toda a gente está dependente e nervosa com a decisão dos
burocratas sem alma. Teremos mais austeridade e aumento de impostos? Mas já não
aguentamos mais. Alargam o prazo de pagamento e revêm metas? Irão certamente
cobrar isso em juros. Temos sido bons alunos senhores burocratas, não merecemos
uma atençãozinha?
O Governo, feitor desta feitoria em que nos transformámos,
tem-se esforçado denodadamente para mostrar que os desejos de Merkel são ordens
e espera ser recompensado.
Nós, estranhamente resignados, aguardamos sem um aparente
sobressalto que os burocratas sem alma nos digam o que vai acontecer.
Entretanto, num fingimento de soberania, e para consumo
interno entretemo-nos com a novela da RTP montada pelo Ministro Relvas e
discutimos a fractura na coligação quando, na verdade, nada isto é
particularmente relevante. Um nível de desemprego devastador sendo que mais de metade
dos desempregados não tem subsídio, isso sim, é algo de impensável e de explosivo.
Miguel Beleza tem razão, a soberania é uma treta. No
entanto, a feitoria é uma tragédia.
Com as melhores saudações, e parabenizando-o, de resto, pelo seu curto artigo com o qual me identifico plenamente, atrevo-me apenas a sugerir uma ligeira correcção ao respectivo título – "A soberania é uma TETA".
ResponderEliminarPenso que assim talvez fosse mais conforme à realidade das generosas "subvenções" distribuídas às sucessivas "comissões liquidatárias" e à "realidade dos factos" tal como reportada desde Rafael Bordalo Pinheiro.
Atentamente,
PMonteiro
Bem observado mas mantive a expressão de Miguel Beleza
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