Como tem acontecido aqui no Atenta Inquietude em
cada 26 de Julho, dia que a agenda das consciências manda dedicar aos Avós,
retomo a minha proposta no sentido de ser legislado o direito aos avós. Isto
quer simplesmente dizer que todos os miúdos deveriam, obrigatoriamente, ter
avós e que todos os velhos deveriam ter netos.
Num tempo em que milhares de miúdos estão sós e
muitos velhos vão morrendo devagar de sozinhismo, de solidão, qualquer partido
verdadeiramente interessado nas pessoas, sentir-se ia obrigado a inscrever tal
medida no seu programa ou, porque não, inscrevê-la nos direitos fundamentais.
Com tantas crianças abandonadas dentro de casa,
institucionalizadas, mergulhadas na escola tempos infindos ou escondidas em
ecrãs, ao mesmo tempo que os velhos estão emprateleirados em lares ou também
abandonados em casa, isolados de tal forma que morrem sem que ninguém se dê
conta, trata-se apenas de os juntar, seria um dois em um.
Creio que os benefícios para miúdos e velhos
seriam extraordinários. Aliás, noticia-se no JN a realização de um estudo por
uma equipa do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas sobre o
impacto na economia familiar do envolvimento dos avós no cuidar dos miúdos que
pode se significativo, conforme a experiência relatada por algumas famílias e a
experiência de muitos de nós. Como é evidente e reconhecido, muitos destes
benefícios não são sequer tangíveis, não se podem quantificar, quase sempre só se podem sentir e gozar.
Na verdade, um avô ou uma avó, de preferência os
dois, são bens de primeira necessidade para qualquer miúdo.
"Como é evidente e reconhecido, muitos destes benefícios não são sequer tangíveis, não se podem quantificar"...Nesse caso não cabe na nossa cultura de EXELencia.
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