AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O FECHAMENTO

Fecham-se maternidades pois existem demasiadas salas de parto sem qualidade e há que ser bem acolhido quando se chega ao mundo.
Fecham-se escolas pois parece que temos alunos a menos, professores a mais e há que racionalizar uma vez que, como bem sabemos, tudo o que nos rodeia é racionalmente organizado.
Fecham-se os miúdos na “escola a tempo inteiro”, irão intoxicar-se até ficarem “agarrados”.
Fecham-se os adolescentes dentro de um ecrã pois assim não andam com “más companhias”.
Fecham-se cursos pois parecem não ter saídas profissionais e só se “deve estudar o que faz falta”.
Fecham-se empresas pois falta a produtividade e qualificação que, como se sabe, abundam nos explorados dos “mercados emergentes”.
Fecham-se urgências e serviços de saúde pois, se andarmos um bocadinho mais, ficaremos um bocadinho melhores.
Fecham-se aldeias pois há que promover desenvolvimento sustentado e com economia de custos.
Fecham-se tribunais em nome de uma justiça que de tão injusta envergonha.
Fecham-se os espaços habitacionais urbanos abertos pois os condomínios fechados promovem qualidade de vida.
Fecham-se as pequenas queijarias e outras actividades do mesmo tipo pois temos que proteger a saúde do consumidor e, por isso, só comemos uma comida que é tão boa que nem o bicho lhe pega, como dizemos no Alentejo.
Fecha-se o pequeno comércio pois o que nós precisamos é de comprar tudo no mesmo local e encostado ao carro, e não de ouvir “Bom dia, tá bom Sr. Zé e a família? Então o nosso Benfica lá ganhou!”
Fecham-se os velhos nos lares pois sempre ficam ajuntadamente sós.
Fecham-se os olhos ao sofrimento dos outros. O outro ganhou uma estranha transparência, não o vemos e também… “já me chega a minha vida”.
Fecha-se a boca em vez de dizer pois… “adianta alguma coisa?
Fecha-se a cabeça ao pensamento pois “Deus por escárnio deu-me a inteligência” algo que só serve para nos incomodar.
Finalmente, alguém nos fecha numa memória. Esperamos.

2 comentários:

  1. FECHEM ESTA CAMBADA DE POLITICOS MALUCOS NUMA CAIXA SEM POSSIBILIDADE DE FUGA E ENVIEM-NOS PARA UM LOCAL BEM DISTANTE SEM RETORNO POSSIVEL ..... MALDITOS, SO HOUVER INFERNO O VOSSO LUGAR ESTÁ LÁ BEM GUARDADO

    ResponderEliminar
  2. A nós Portugueses, ninguém fecha em memória... O nosso Povo tem Memórias que devem ser revistas e faladas a cada momento, para que não caia numa qualquer pasta de arquivo de um qualquer país que compre Portugal!!! Muito bem escrito e muitíssimo bem descrita a amargura que nos assola no presente, mas que cada palavra sirva de tónico para que não nos deixemos embalar na doce melodia da tormenta de um possível fim... Somos Portugueses, que raio é afinal o nosso Passado??? Apenas isso, um qualquer passado?? Não!!! Acordemos de uma vez e uníssono cantemos o nosso Hino que é de Victória!! Somos Guerreiros!! Somos imbatíveis!!Suportamos tudo... A dor, a fome, mas não queiram que suportemos a violência de deixarmos de ser Portugueses!! Enquanto houver tribunais, julguem e condenem os culpados!! Aqueles que se apropriaram deste País em nome de uma liberdade fictícia que não passou, afinal, de um enriquecimento rápido de cada um deles à custa dos milhares de famílias que venderam e dos milhões que torturaram - a nós Portugueses!! Ponham essa escória da sociedade no banco dos réus e todos os seus disciplos que ainda hoje se dizem governantes mas que nada sabem mais do que roubar... Décadas de sáque em nome de uma democracia que nasceu morta, que nunca existiu!! Isso sim!!Faça-se Justiça, mas daquela que só o Povo Português tão bem sabe fazer...
    Mas não deixemos cair os braços e guardemos esse texto, (esse sim) bem guardado na nossa memória, pois ele fala e bem sentido cinzento estado deste nosso Portugal!

    ResponderEliminar