AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sábado, 16 de junho de 2012

NA FALTA DO PÃO, QUE NÃO FALTE O CIRCO, CANTA TONY, OBRIGADO BELMIRO

Como era previsível o mega-piquenique é um mega-sucesso. Apesar da realização de mais um mega-piquenique do Continente em Lisboa, desta vez no Terreiro do Paço, ter causado algumas inquietações a parte dos vereadores, "Encher o Terreiro do Paço com couves, porcos, vacas e outros animais não é digno", disseram uns, a "Câmara de Lisboa não se deve associar a operações de marketing alugando o Terreiro do Paço ao Continente", disseram outros, a adesão popular ao “campo e ao mar em Lisboa” estavam condenados ao sucesso traduzido na afluência de povo descobrir o campo, a lavoura, como diria o Dr. Paulo Portas.
Compreendo e partilho das preocupações dos vereadores sobre a dignidade do Terreiro do Paço e as decisões da Câmara de Lisboa que gostava, aliás, de ver estendida, a outras matérias da vida de Lisboa, mas a questão é outra.
Quando as televisões mostram, tal como nas outras edições do megapiquenique, a "participação popular", genuína e empenhada, com muitos milhares de pessoas "felizes" com o dia de festa que lhes foi proporcionado, ainda que pelo Continente, numa operação de marketing, quando nos directos televisivos com entrevistas notáveis "a esta senhora", ou a "este casal com as crianças" já se ouvem palavras de felicidade e contentamento que ajudam a espairecer os tempos difíceis que se vivem, percebe-se porque se realiza o mega-piquenique.
Importa ainda não esquecer, a cereja no topo do bolo, que o evento tem como ponto alto um concerto de Tony Carreira que, só por si, arrasta multidões que hoje terão o seu ídolo de borla, de borla, repito. O campo e o mar no Terreiro do Paço, um concerto grátis de Tony Carreira depois de uma vitória fantástica da selecção de futebol, apesar das birras do miúdo Rónaldo, que mais se pode desejar?
Pois é senhores vereadores do contra e outras pessoas que, por inconfessáveis interesses, não simpatizam com a iniciativa, já que o pão está em crise, que não nos falte o circo, isso não. Bem-haja António Costa, bem-haja Belmiro de Azevedo.

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