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segunda-feira, 21 de maio de 2012

OS GUETOS DA SAÚDE MENTAL

A imprensa refere hoje a preocupação da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental com a situação que neste universo se vive em Portugal.
São referidas as dificuldades de aplicação do Plano Nacional de Saúde Mental que tendo promovido o fechamento das grandes unidades hospitalares psiquiátricas não promoveu o que seria consensual, um princípio de manutenção do doente mental em situação de integração social em situações variáveis desde a unidade residencial de pequena dimensão e funcionamento familiar com várias tipologias dirigida a problemáticas diversas, à unidade sócio-ocupacional, até às equipas de apoio familiar. Na verdade, segundo a SPPSM muitos doentes mentais crónicos são enviados para instituições onde não existe o adequado acompanhamento clínico, psicológico ou social, pelo que o Plano carece de discussão e reavaliação.
A sociedade refere ainda uma situação crescente, a não utilização dos fármacos, imprescindíveis em muitos casos, por dificuldades económicas dos próprios e das famílias. Este quadro não será de estranhar, face ao que tem vindo a ser noticiados sobre os efeitos que as dificuldades e as medidas tomadas pelo Ministério da Saúde, estão assumir no acesso aos serviços de saúde e aos medicamentos por muitas pessoas.
Este cenário descrito pela SPPSM criará sérios obstáculos aos processos de reabilitação e inserção comunitária acentuando ou mantendo os fenómenos de guetização das pessoas com doença mental e respectivas famílias.
Não estranho, os doentes mentais são os mais desprotegidos dos doentes, pior, só os doentes mentais idosos. Os custos familiares e sociais da guetização são enormes e as consequências são também um indicador de desenvolvimento das comunidades.

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