O Governo continua a sua cruzada pelos cortes nas áreas dos apoios sociais. Agora noticia-se que as indemnizações por despedimento serão calculadas com base num valor entre seis e dez dias por ano de trabalho, em vez dos actuais vinte a trinta.
A argumentação, para além da óbvia economia de gastos, remete para o "que se passa lá fora", ou seja, dizem que a fórmula que se pretende está mais perto da média usada nos países europeus, as indemnizações em Portugal são muito elevadas, somos uns privilegiados, é preciso acabar com estas mordomias. O argumento é manhoso e não colhe, porque também se pode considerar que o salário médio nesses países é bem acima do que se passa em Portugal sendo que pagamos também muitos bens e serviços por custos bem acima dos preços médios na Europa.
Considero aceitável que possam verificar-se alguns ajustamentos na gestão e atribuição dos apoios sociais, mas a factura desses ajustamentos não pode ser suportada quase que exclusivamente pelos suspeitos do costume.
No universo laboral a situação é absolutamente devastadora, uma taxa de 15% de desempregados, 35% entre os mais jovens, com a expectativa de que a situação piore ainda durante 2012.
Diminui-se o valor do subsídio de desemprego, diminui-se o tempo de atribuição desse subsídio, diminui-se o valor da indemnização por desemprego, estabiliza-se o caminho para o empobrecimento.
É verdade que se aumenta, como ontem se anunciava, o número de cantinas sociais, a Sopa dos Pobres, e, portanto, de fome não morreremos, mas nunca como agora a dignidade foi tão ameaçada.
Até onde será possível aguentar?
eu não sei até onde...mas há dias dizia aos meus pais, na casa dos 70, que quando partissem o pais iria estar pior que quando eles nasceram, gostava de estar errado, talvez tenha dito isso para que a realidade presente não se apresente tão sombria, mas vai dai, não sei não sei...
ResponderEliminarATÉ ONDE?!
ResponderEliminarEU DIGO: Até ao total desaparecimento do Estado Social em todas as áreas.
A incapacidade da Esquerda de encarar decididamente a reforma do Estado Social, de modo a ser financeira e politicamente sustentável, levou-nos a cair nas garras do Neoliberalismo, que como se sabe perfeitamente é conciliador com o sistema capitalista.
E...
Pedro Passos Coelho é o neoliberalismo em acção.
É... O Rambo do capitalismo.
saudações