AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 23 de março de 2012

O CAJÓ VIU TUDO

Diz o Público que a PSP quer “perceber o que se passou” na agressão a jornalistas durante as manifestações ligadas à greve geral de ontem. Também o Presidente da República sustenta que se "deve saber tudo" o que aconteceu em torno deste episódio.
Considero meu dever de cidadania contribuir para esclarecer comportamentos eventualmente desajustados. Não estava presente na manifestação mas o meu amigo Cajó, o que faz uns biscates de mecânico e tem o punto kitado, estava lá, viu tudo e contou-me. Parece que foi assim.
“Olhe amigo Zé, aquilo até tava na boa depois deu um granel. Estava uma bacana, uma chavala ainda novinha, com uma máquina a fazer uns bonecos daquelas cenas. Pá a miúda tava na dela, sem stress, assim tipo a tirar fotos. A bófia vinha andar na direcção da miúda, e um passou-se. O men passou-se mesmo e, assim tipo mesmo à bruta, enfia um empurrão na miúda que até a virou. A chavala começa a gritar que era jornalista e veio um bacano para ajudar a miúda mas o bófia tava mesmo passado, amandou-lhe outra vez e virou a chavala. Ficou uma cena maluca no meio das mesas e das cadeiras, ganda cena.
O outro chavalo, a cena também foi mais ou menos assim tipo da outra chavala, só que neste deram umas mocadas antes do gajo se safar. Com o chavalo no chão a gritar que era jornalista a bófia aviava no gajo, até me doía de ver.
Agora diga-me lá, os gajos pá carregam no people até mais não, um gajo só vê a vida a andar para trás o que é que faz? Pá tem que se protestar, mas assim mesmo, tipo protestar a sério.
É bom que estas cenas dos protestos venham nos jornais, que é para ver se os gajos que andam a dar cabo da vida gente percebem que a malta assim tipo, não dá. Não tá certo que afiambrem nos jornalistas que tão mostrar o que os gajos não querem que se veja. Não pode ser amigo Zé, a chavala e o bacano levaram porrada e até aposto que não vai acontecer nada”.
Vamos ver amigo Cajó, se calhar não acontece mesmo nada. 

1 comentário:

  1. A foto mostra um psicopata-sociopata fardado de polícia a bater numa mulher perigosamente armada com uma máquina fotográfica na sua actividade profissional de mostrar um país a caminho do neofascismo. Em casa deve fazer o mesmo, mas aí chama-se violência doméstica. Como foi ao serviço da "democracia" e num acto público, sai já a mais alta condecoração para este genuíno herói lusitano. Até pode ser aquela condecoração que já foi atribuída a dois pedófilos de alto gabarito. E se ainda houvesse um mínimo de democracia neste país, este comentário não seria censurado (pelo Público), mas sim maduramente reflectido...

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