Meu caro Pedro Santana Lopes,
Peço-lhe desculpa do tratamento menos formal mas já nos conhecemos há umas décadas.
Acabei de saber que o Pedro admite, em entrevista ao Expresso, candidatar-se à Presidência da República tendo como grande objectivo ser um “mobilizador de vontades” que, creio, destina ao meu bem-estar o que me leva a escrever esta missiva.
Embora a sua afirmação “Tenho 55 anos, estou cansado de pregar sobre o que deve ser um Presidente da República desde os 22” seja apenas mais um exemplo da sua humildade e grandeza, por amor de Deus, saiba o Pedro que não sou merecedor de tal disponibilidade e sacrifício.
Sei bem que a sua generosidade desinteressada lhe irá custar imenso. Desde logo, compromete a sua extensa e bem-sucedida carreira profissional que culminou com a sua nomeação para Provedor da Santa Casa da Misericórdia um acto de justiça e reconhecimento ao seu enorme e inquestionável currículo neste universo, a solidariedade social.
Queria também lembrar-lhe que em termos pessoais os custos são elevadíssimos pois sei como o Pedro é um reconhecido amante da discrição e bem sabe o grau de exposição a que um Presidente da República está sujeito. Veja os recentes episódios que envolveram o Professor Cavaco Silva. Sei como o Pedro sofre com a exposição pública e não me julgo merecedor de tanto sacrifício.
Por outro lado, meu caro Pedro, sendo um homem experiente nestas andanças, sabe que há sempre ingratos e incultos que não reconhecem e entendem a sua grandeza, capacidade política, coerência de ideias, humildade e, enfim, competência e que, por inconfessáveis interesses, assumem ostensivos e deselegantes comportamentos de injusta crítica e até, como já aconteceu, pode sempre haver alguém disposto a impedir este nobilíssimo projecto de que continue a tomar conta de mim. Creio pois, que, embora lhe esteja profundamente reconhecido pela amabilidade e espírito de sacrifício, não é justo assumir nos seus ombros já cansados, são 30 anos de árdua pregação, mais esta missão.
Solicito assim, meu caro Pedro, que me não considere razão para esse seu imenso sacrifício.
Seu,
Infeliz Portugal
Subscrevo a sua carta dirigida ao menino Pedro. No entanto não acredito que a candidatura seja viável. Eu explico porquê: Para um bebé que em 2004 estava numa incubadora, por muito precoce que seja, em 2016 não reúne os requisitos da candidatura.
ResponderEliminarReconheço que o Pedrinho é um menino aplicado, esforçado e empenhado à sua causa e ao bem estar do povo. Certamente que a zona ribeirinha de Lisboa (da 24 de Julho até Belém) iria ser melhor frequentada e com policiamento de muita proximidade É evidente que a zona Estoril e Cascais, idem, idem, aspas, aspas.
saudações