Mais um episódio a acrescentar aos que regularmente vão acontecendo. Hoje aconteceu no Peso da Régua, uma criança tomba de um 9º andar e, milagrosamente, sobrevive, com ferimentos graves mas em situação estável e com bom prognóstico. Os que acreditam costumam dizer, "ao menino e ao borracho, põe Deus a mão por baixo". Às vezes não, as janelas, varandas, escadas ou piscinas, por exemplo, são um cenário muito ligado a episódios graves ou fatais para muitos miúdos, demais.
Continuamos a ser um dos países europeus em que acontecem maior número de acidentes domésticos com crianças. Nas mais das vezes verifica-se alguma negligência ou excesso de confiança da nossa parte, adultos, na vigilância dos miúdos a que se junta a inexperiência e o à vontade próprios dos mais pequenos.
A culpa que alguém pode carregar depois de episódios desta natureza será, creio, suficientemente forte para que deixemos de lado o aspecto da culpabilização que aqui nada acrescenta.
O que me parece importante sublinhar é que num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção da criança estão sempre presentes, também se verifica um número altíssimo de acidentes, por vezes mortais, o que parece paradoxal. Por um lado, protegemos as crianças de forma que, do meu ponto de vista, me parece excessiva e por outro lado e em muitas circunstâncias, adoptamos atitudes e comportamentos altamente negligentes e facilitadoras de acidentes que, frequentemente, têm consequências trágicas.
E não vale a pena pensar que só acontece aos outros.
Acho que falta aqui uma reflexão sobre a segurança dos edifícios.
ResponderEliminarAo ver a varanda, parece impossível, mas a verdade é que a aquela construção tinha, ao nível do chão, um espaço onde cabe uma criança de quase 2 anos. Alguma coisa está mal.
A negligência do "só acontece aos outros"
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