Como não podia deixar de ser, afirmei-o quando esta actividade se iniciou em Portugal, a “venda” de uma segunda opinião médica seria um negócio com pernas para andar.
Um país com traços de hipocondria em que toda a gente se queixa de alguma coisa e com um dos maiores níveis de consumos de fármacos é, evidentemente, um país consumidor de segundas opiniões médicas.
Já na altura do lançamento o Público deu uma ajuda publicitária à empresa e hoje volta a fazê-lo noticiando de forma simpática as suas ofertas de serviços.
Desde o início, esta actividade, relativamente frequente em alguns países, levanta algumas reservas à Ordem dos Médicos e à Entidade Reguladora da Saúde ao proceder à emissão de pareceres e opiniões sem consulta presencial, com base nos exames complementares de diagnóstico e sem os contornos da chamada tele-medicina, prática em evolução e aceite.
Utilizando esta experiência, uma segunda opinião médica, talvez fosse de considerar e aceitar o recurso a uma segunda opinião na esfera das decisões políticas. Sempre que algumas decisões nos suscitassem dúvidas sobre o seu ajustamento e correcção poderíamos recorrer a alguma entidade que nos desse uma segunda opinião. Tal facto permitiria uma maior confiança nas decisões que nos respeitam. A questão é a quem recorrer. Parece tudo farinha do mesmo saco.
É muito preocupante a banalização de rótulos para os meninos. Lido com eles , diariamente, e assusta-me ver a facilidade com que alguns médicos lhes prescrevem Ritlalina e afins,pois perante as queixas dos papás que não sabem o que fazer com os meninos (nunca estão quietos, não sossegam, ...), nada mais fácil que lhes colocar um rótulo e dar um "xarope".
ResponderEliminarNão haverá "xaropes" para pais?