AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SE NEM TUDO SE TRANSFORMA, MUITO SE PERDE

Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente cada um de nós, portugueses, produziu em 2010 511 quilogramas de lixo, é obra apesar de estar muito ligeiramente abaixo da média europeia, ou seja, mesmo a fazer lixo produzimos menos do que os outros.
Quando Lavoisier postulou que nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma, não imaginou que as sociedades modernas teriam um outro entendimento, tudo se compra, mal se usa e deita-se no lixo.
Face às consequências devastadoras daqui decorrentes, a necessidade e o mercado, sempre o mercado, recuperaram o princípio da transformação aplicada ao lixo e inventaram a reciclagem. Ainda bem, dizemos todos.
A questão é que passámos séculos a instalar a ideia de que quando algo chega a lixo, acaba aí. Não é fácil mudar, sobretudo, quando produzimos mais lixo que nunca.
No entanto, apesar de ter subido significativamente a capacidade de recolha selectiva de resíduos, passámos de 13% em 2009 para 15% em 2010, ainda estamos também abaixo da média europeia que ronda os 18%. Também são de salientar alguns ganhos ao nível da recuperação e reciclagem processo no qual importa insistir e persistir.
No entanto, creio que para além da recuperação e reciclagem, deveríamos fazer um esforço importante de racionalização e utilização dos materiais procurando produzir menos lixo.
Um dos maiores e mais evidentes exemplos desta "sobreprodução" de lixo é a área das embalagens com excessos que me parecem ter um peso importante no desperdício. É frequente, por exemplo, envolver um pequeno frasco de um qualquer produto em papel, cartão, plástico, etc. que lhe multiplicam a dimensão e constituem fonte de desperdício, de lixo. É evidente que boa parte deste processo obedece a sofisticadas formas de marketing e publicidade que não têm que ser imutáveis.
Se repararmos nas embalagens da maior parte dos bens que adquirimos, parece relativamente claro que em termos económicos, custo de produção e custos para o consumidor e ainda em termos ambientais a factura é pesadíssima e, isso é que é curioso, boa parte dispensável e inútil.
É que só recolhemos selectivamente 15% do lixo e se nem tudo se transforma, muito se perde.

2 comentários:

  1. Até a nossa produção de lixo nós manuseamos para escamotear.
    Não declaramos a classe política.
    Se assim fosse estaríamos em 1º lugar no ranking da produção de coisas inúteis.
    Nem a reciclagem nos salvava,porque muitos deles são repetentes na péssima governação e não aprenderam com os erros cometidos nem tão-pouco os reconhecem.

    É LASTIMÁVEL!

    Este recado tem vários destinos: BELÉM, SÃO BENTO e TODOS OS MINISTÉRIOS DE UMA FORMA IMTEMPORAL!


    Eu sei que isto não acrescenta absolutamente nada ao escrito no blog, mas eu não perco oportunidade de manifestar a minha indignação.


    saudações

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