A administração das designadas tolerâncias de ponto sempre foi uma excelente ferramenta de acção política, razão pela qual a tradição em Portugal sempre foi de alguma generosidade nessa matéria.
Assim, a decisão de conceder com regularidade tolerâncias de ponto à administração e a empresas públicas inscreve-se nessa acção política, nada como um tempinho de férias extra em tempos de crispação e dificuldade.
Bem podem os economistas chamar a atenção para a necessidade de acautelar a produtividade e para o custo económico das tolerâncias de ponto ou o facto, desfavorável à actualmente tão referida equidade, do sector privado se manter em actividade.
Nesta perspectiva e porque a tradição ainda é o que era, o Governo já estabeleceu a tolerância de ponto para a época de Natal e Ano Novo, o que obviamente, se saúda, permite umas comprinhas de última hora, poucas é certo que a coisa está mal, mais tempo com a família, Natal é para isso mesmo, e uns dias de descanso para saudar e receber o Ano Novo apesar deste se anunciar com contornos pouco convidativos. Bom, de qualquer forma teremos que o enfrentar conforme ele se apresentar.
Parece certo também que este será o último feriado no dia 1 de Dezembro. Caiu a comemoração da Restauração e a voz inconfundível e sempre imprescindível de D. Duarte Nuno de Bragança já se fez ouvir em protesto pois e tempos em que a nossa soberania está hipotecada poderíamos, pelo menos, comemorar a sua memória. Pois é, a soberania vai sendo uma memória.
Parece assim que tudo continua com algum equilíbrio, retiram-se uns feriados mantêm umas tolerâncias e o país vai andando. Cheio de tolerância e a memória a diluir-se.
Só espero que neste País laico não se elimine feriados comemorativos da nossa história e se esqueçam dos religiosos.
ResponderEliminarsaudações
Na maioria dos feriados "comemorativos" da nossa história, já se comemora pouca coisa e por pouca gente. O que verdadeiramente conta é o diazinho de descanso
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