Umas das vantagens de ser velho é poder ser teimoso e ter uma justificação para isso, a idade, toda a gente sabe como os velhos são teimosos. Do que tenho lido ainda não me convenci da bondade do acordo ortográfico a que nos obrigaram e que tanta oposição tem suscitado.
Entendo que as línguas são estruturas vivas, em mutação e isso é importante. No entanto, a grande razão, a afirmação da língua portuguesa no mundo, não me convenceu pois não me parece que o inglês e o castelhano que têm algumas diferenças ortográficas nos diferentes países em que são língua oficial, experimentem particulares dificuldades na sua afirmação, seja lá isso o que for. De facto não tenho conhecimento da perturbação e do drama com origem nas diferenças entre o inglês escrito e falado na Inglaterra e nos Estados Unidos, mas isto dever-se-á, certamente, a ignorância minha e à pequenez irrelevante daquelas comunidades anglófonas.
Por outro lado, a opinião dos especialistas não é consensual, longe disso, e eu sou dos que entendem que em todas as matérias é importante conhecer a opinião de quem sabe.
Neste quadro e como sou teimoso vou continuar a escrever em desacordo até que o teclado me corrija. Nessa altura desinstalo o corrector que venha com o acordo e vou correr o risco de regressar à primária, ou seja, ver os meus textos com riscos vermelhos por baixo de algumas palavras, os erros.
Nessa altura, também não me importo, os velhos, além de teimosos têm coisas esquisitas.
Também sou velho, teimoso e não entendo a bondade do dito acordo.
ResponderEliminarEscrevo como me ensinaram, umas vezes mal outras bem.
Não me debrucei sobre as alterações (nem o vou fazer) mas quer-me parecer que houve de facto (fato no acordo)cedências despropositadas que desvirtuam o nosso significado da palavra e entendo as ditas mudanças no léxico Português (de Portugal como é óbvio) como servilismo a uma economia emergente.
saudações
Ainda não sou velha, mas também não entendo a bondade do acordo. Partilhamos a mesma teimosia.
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