A rapaziada das forças armadas anda alvoroçada. Ao que parece, a rapaziada do governo não os tem tratado muito bem. Estranho, deve ser o único grupo que se sente destratado. É claro que os diferentes grupos têm formas de manifestar o seu descontentamento que estão vedadas aos militares, por exemplo, a greve. É certo que os militares, entre outras regalias, têm acesso a serviços de saúde em condições que a generalidade dos cidadãos não tem. Será verdade, estou certo, que terão objectivamente razões para descontentamento mas não são os únicos nem, provavelmente, os que mais razões terão para se queixar. Sobre este universo de descontentamento surgem os discursos dos incontornáveis Otelo e Vasco Lourenço a deixarem avisos claro que a “malta militar pá, se for preciso, pá, tá aí pá e agita isto tudo, pá”dois especialistas em revoluções e que avisam, não se esqueçam que quem já fez uma revolução faz duas. Assim é que é, como sempre ouvi dizer, “não se brinca com a tropa”.
Parece-me igualmente extraordinário o discurso de Ramalho Eanes que naquele jeito ágil e profundo consegue dizer que está a “estar a criar uma situação que é insustentável até psicologicamente, porque os militares são indivíduos que têm determinados princípios e valores e um deles é cumprir com competência os trabalhos que lhes são entregues”. Os civis, ou seja, o resto da população, é um pessoal que, provavelmente, não têm este hábito estranho e particular dos militares que é cumprir com competência os trabalhos que lhes estão entregues e nem psicologicamente abanam com as dificuldades. Será certamente para alimentar e promover este espírito de competência exclusivo dos militares que as forças armadas portuguesas têm um número de oficiais superiores desproporcionalmente grande quando comparado com outros países.
De modo que já sabem senhores governantes, muito cuidado. A propósito, também não estou nada satisfeito com algumas políticas sectoriais. Senhores do governo, não se esqueçam que tenho uma fisga aqui em casa e estou descontente.
Vejam lá, vejam lá.
Possuem um subsistema de saúe próprio ao qual pagam o triplo que qualquer cidadão, que opte por ter um seguro medis, entre outros....e não podem optar....
ResponderEliminarPossuem um horário de trabalho próprio que tem o triplo de folgas de um funcionário da médis, e podem optar entre o ver o DragonBall ou jogar Futsal.
ResponderEliminarAbraço
António caroço
Podia alongar-me, mas vou ser breve.
ResponderEliminarNo sistema de saúde, horário e folgas que permitem ver Dragonball ou jogar futsal toda a gente repara e deseja para si.
Mas a hipótese ir bater com os "costados" num teatro de guerra a milhares de quilómetros de distância do remanso do seu lar, ninguém repara ou reivindica.
Somos Portugueses e temos que carregar com a seguinte anátema:
O QUE É BOM TEM QUE SER PARA TODOS
O QUE É MAU TEM QUE SER APENAS PARA ALGUNS.
saudações
Caro anónimo, não é preciso ir bater com os "costados" a milhares quilómetros, basta estar desempregado ou não ter o que dar de comer aos filhos como acontece com milhares de famílias neste país.
ResponderEliminarCumprimentos
António Caroço
A Ética em tempo de lixo é algo que me inquieta.
ResponderEliminarHá até quem organize colóquios sobre a matéria.
Gente que opina com aquela superioridade moral de quem despede trabalhadores por não alinharem pela ideologia certa.
Artistas que elevam a sua poesia de combate, do talvez foder, em símbolo de luta contra a direita.
Académicos apaixonados que confundem princípios éticos com banalidades político-partidárias.
Professoras que desconhecem coisas tão simples como as fábulas para crianças e que elegem os três porquinhos em símbolos perniciosos da ética protestante e do capitalismo.
Escritoras que esconjuram a Idade Média, dilaceradas no vazio e no efémero da pós modernidade.
Monstros constipados que não conseguem fugir aos relatos de lágrima no olho para conquistar a audiência e os potenciais clientes.
Estranha forma de vida a deste país que continua agarrado ao Fado e a toda uma miséria intelectual que se arrasta num pântano habitado por fantasmas anti-fascistas, como se as almas penadas do passado continuassem a dominar o nosso quotidiano.
Caro anónimo António Caroço
ResponderEliminarSigo com muito interesse os comentários que faz aos temas que o criador deste blog faz o favor de nos obsequiar.
Penso que o Sr. tem grande facilidade em formar ideias com raciocínios lógicos.cuidadosamente reflectivos e assertivos.
Gosto de o ler.
Como presumo que a intenção do Prof. José Morgado foi também criar um espaço onde as pessoas pudessem discutir argumentos próprios, digo-lhe:
O desemprego e a falta de comer para dar aos filhos não é da responsabilidade dos militares mas sim dos incompetentes, que todos nós, inclusive o Senhor, (ou não?) ajudamos a pôr no poder.
E tomo a liberdade de fazer futurologia: No fim desta legislatura vamos pôr lá os mesmos ou outros iguais.
Eu sei que a sua agudeza de espírito leva-o a saber a quem me estou a referir.
Perante o desconhecido temos a cobardia dos mansos.
saudações