AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

OS PILHA-GALINHAS

Quando nos começávamos a habituar ao roubo a sério, aos muitos milhões, protagonizado por gente "séria", administradores, políticos ou gestores, por exemplo, está em recuperação de novo um país de pilha galinhas, o do pequeno roubo.
O Público refere o exemplo extraordinário da Dona Filomena, moça dada às artes da burla.
Ao que dizem, é genial, leva para cima de 300 crimes tudo coisa de pouca monta, umas noites de pensão não pagas porque o corpo precisa de descansar, os abastecimentos de combustível e a respectiva "banhada" porque a Dona Filomena precisa de dar as suas voltas e a gasolina anda pela hora da morte, etc.
As pessoas que conhecem a Dona Filomena são unânimes na apreciação das "qualidades", dá sempre a volta às coisa, consegue tudo e ainda por cima ... não paga.
Estando nós mais habituados a uma actividade nesta área realizada na escala dos milhões, muitos, que voam da banca, de empresas em falências fraudulentas, em comissões mal explicadas, em inconsequentes derrapagens financeiras nas obras públicas sendo ainda que tudo isto se passa na maior das impunidades é, devo dizer, com algum constrangimento que soube da prisão da Dona Filomena enquanto os seus colegas de actividade mas noutra dimensão se passeiam por aí dedicando-se à sua lucrativa arte. À sitação da Dona Filomena pode juntar-se o caso, também referido no Público, do sem-abrigo que vai a julgamento pelo furto de seis chocolates num supermercado.
Deixámos de ser um país de pilha-galinhas mas, desculpem o desabafo, tenho alguma adolescente e romântica simpatia pelos pilha-galinhas.

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