AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A IGNORÂNCIA DA JUVENTUDE. Já não há saco

Um intitulado inquérito de rua realizado pela Sábado desenterrou um tema recorrente, "a ignorância da juventude", agora a juventude universitária. Levantou-se o alarido do costume pois, com é óbvio, concluiu-se, adivinhem, isso mesmo, a juventude é ignorante.
Devo dizer que já não dou para o peditório da "ignorância da juventude", já não tenho saco. Eu fui ignorante para a geração do meu pai , que foi ignorante para a geração do pai dele que ... etc. É verdade, antes que me esqueça, a geração do meu filho é mais ignorante do que a minha, claro.
Esta definição de ignorância a partir do que alguém define como O "saber", é razoavelmente disparatada e não passa de um fait-divers. A questão mais curiosa é que cada vez que se faz este tipo de discursos se dá um tiro pé, ou seja, a alegada ignorância dos mais novos é, obviamente fabricada pela geração (mais "culta" evidentemente) que os educa e forma.
Do meu ponto de vista, a questão mais importante e não é um exclusivo dos mais novos, longe disso, é o tempo light que atravessamos. Tempos light na cultura, tempos light nos valores, tempos light na relação entre as pessoas, tempos light, também é certo, na relação com o saber, etc. Ainda a propósito do saber e da ignorância, também me parece curioso chamar a atenção para a profunda ignorância que muitos opinion-makers, já nada novos aliás, demonstram quando se propõem falar do que não sabem, e todos os dias temos bons exemplos. Curiosamente falam de tudo, são uns tudólogos, acham que sabem, são uns achistas que só produzem achismos.
Só uma pequena nota pessoal e que, por ser pessoal, vale poucochinho, todos os dias lido com jovens universitários que são gente, gente a sério.
Como disse, não há saco para estas coisas.

4 comentários:

  1. Ainda bem que nem todos comem o fast-food dos mass média. Ainda bem que existem pessoas com sentido crítico e que acredita no futuro deste país: os jovens.

    A título de curiosidade, para os que perfilham as deliciosas notícias da Sábado, deixo aqui um exímio exemplo de como devemos encarar o ser-humano:

    "When we treat man as he is, we make him worse than he is; when we treat him as ig he already were what he potentially could be, we make him what he should be." (Johann Wolfgang von Goethe)

    http://www.youtube.com/watch?v=fD1512_XJEw

    (Viktorn Frankl, mais um burro e ignorante da geração dele, a falar sobre a questão e da frase de Goethe).

    Halley

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  2. Sou uma simples mas orgulhosa professora do Ensino Secundário, pela alegria constante que os meus jovens alunos me transmitem. Não pense que me limito apenas a ensinar.De forma aguma!Aprendo muito com todos eles e todas as suas diferenças e, ao contrário do que os "tudólogos" e os "achistas" pensam ou têm a veleidade de pensar, concordo plenamente com a sua nota pessoal. Lidamos com jovens a sério, responsáveis e com muitas capacidades de criticar,mudar,liderar e de serem eles próprios, o que nem sempre é fácil.Parabéns pelo seu blog!

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  3. Graça Oliveira, agradeço a gentileza e tenho o mesmo entendimento.

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